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Coronavírus

Marcelo prometeu demasiado? “Estamos no fio da navalha e não passar uma mensagem de cautela é tudo o que não se pode fazer neste momento”

Marcelo prometeu demasiado? “Estamos no fio da navalha e não passar uma mensagem de cautela é tudo o que não se pode fazer neste momento”
RUI OCHÔA/LUSA

Marcelo Rebelo de Sousa garantiu que Portugal não irá voltar a confinar e pelo caminho desalinhou-se de António Costa, que considera que ninguém, nem mesmo o Presidente da República, pode ter a certeza disso. Os especialistas em saúde pública ouvidos pelo Expresso consideram o mesmo. Há “sempre imprevistos”, uma “variante do vírus factualmente mais transmissível” a circular entre nós, e uma capital, Lisboa, por controlar. “Este discurso aumenta a probabilidade de termos de vir a adotar medidas restritivas. As pessoas relaxam e a situação descontrola-se”, obrigando a voltar atrás

Marcelo prometeu demasiado? “Estamos no fio da navalha e não passar uma mensagem de cautela é tudo o que não se pode fazer neste momento”

Helena Bento

Jornalista

Fazer promessas é sempre complicado mas há umas que nem sequer deveriam ser feitas por serem tão difíceis de cumprir. É o caso da promessa feita por Marcelo Rebelo de Sousa há dias, quando garantiu que Portugal não irá voltar a confinar, considera Bernardo Mateiro Gomes, médico especialista em Saúde Pública. “Estamos no fio da navalha e não passar uma mensagem de cautela, ou fazer uma comunicação de risco errática, é tudo o que não se pode fazer neste momento.” O especialista avisa que “a situação em Lisboa e Vale do Tejo não está controlada” e que há risco de os casos aumentarem ainda mais na região. Além disso, acrescenta, o processo de vacinação está numa “fase crítica”. “Se, por um lado, estamos a preparar-nos para começar a vacinar as faixas etárias mais jovens, por outro estamos mais atrasados do que países como o Reino Unido, cujo governo decidiu, ainda assim, adiar o confinamento por um mês.”

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