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Pedro Nuno Santos garante que interesse de empresas internacionais na Groundforce continua “intocável” (com áudio)

Depois de afirmar que o pedido de insolvência da TAP sobre a Groundforce não significa que a empresa de ‘handling’ esteja falida, o ministro das Infraestruturas e Habitação assegurou que o processo de insolvência não retraiu o interesse ‘players’ internacionais na posição de Alfredo Casimiro.
  • Cristina Bernardo
18 Maio 2021, 13h45

O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, garantiu esta terça-feira que o interesse de players internacionais na compra da posição maioritária de 50,1% da Pasogal (de Alfredo Casimiro) na Groundforce mantém-se “intocável”, apesar do pedido de insolvência da companhia de handling, requerido pela TAP.

Durante a audição na comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, quando questionado sobre o afastamento do acionista maioritário, o governante afirmou que os interessados já “tornaram público a manutenção do seu interesse”.

“Foram elas a dizer que o processo de insolvência não colocava em causa o seu interesse para comprar a empresa”, afiançou Pedro Nuno Santos. O ministro assegurou que os interessados na participação que Alfredo Casimiro tem na Groundforce “também falam com a TAP e com o Governo. “Nós sabemos que o interesse das empresas mantém-se intocável”.

Também esta terça-feira, horas antes da audição a Pedro Nuno Santos no Parlamento, a Groundforce emitiu um comunicado onde afirmava que o processo de insolvência irá “dificultar a operação de venda que se encontra em curso com diversos players internacionais do sector”, entre os quais encontra-se a belga Aviapartner.

Ora, aos deputados, Pedro Nuno Santos garantiu precisamente o oposto, defendendo que o Estado já não se deve relacionar com o líder da Pasogal. “Já não nos podemos relacionar com esse empresário como um empresário normal”, disse. De referir, que uma conversa privada entre Pedro Nuno Santos e Alfredo Casimiro foi gravada e divulgada sem a autorização do ministro, o que motivou uma queixa-crime e uma investigação do Ministério Público.

Ainda assim, o governante assegurou que “substituir a [atual] gestão não é o mais importante”. Acresce que Alfredo Casimiro, apesar da esperada venda e do pedido de insolvência, ainda é o responsável pela gestão da empresa e, por isso, quem tem todas as obrigações para com os trabalhadores.

“A empresa é controlada pelo acionista maioritário, que é a Pasogal. É quem tem a responsabilidade para fazer face aos compromissos da empresa. Até este momento, estamos na expectativa de que, quem tem a empresa e a quer manter, possa resolver a situação. Não deixaremos os trabalhadores em má situação, mas deixem-me dizer-vos que temos consciência da nossa responsabilidade. Mas não andamos a segurar o emprego de todos os trabalhadores do país e de todas as empresas do país“, revelou.

A 8 de maio, o empresário da Pasogal colocou à venda a participação de 50,1% que detém da Groundforce, contratando o banco Nomura para assessorar a venda a quem pediu para ser dada “especial atenção” aos belgas da Aviapartner. Isto depois da empresa belga, bem como a norte-americana WFS e a espanhola Atitlan, num primeiro momento, terem tentado comprar a Groundforce.

A TAP requereu, em 10 de maio, na “qualidade de credora”, a insolvência da Groundforce “junto dos Juízos de Comércio de Lisboa do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa”, justificando que o objetivo da ação passa por, “se tal for viável”, salvaguardar “a viabilidade e a sustentabilidade da mesma, assegurando a sua atividade operacional nos aeroportos portugueses”.

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