Sociedade

Redes exploram apanhadores de amêijoa do Tejo

16 maio 2021 21:39

luis barra

Há cada vez mais malaios, nepaleses e moldavos na apanha e máfias a controlá-los. Bivalves contaminados são depois vendidos na Europa. Esta semana foram desmanteladas quatro redes.

16 maio 2021 21:39

Na segunda-feira, ainda a manhã se despedia da madrugada, o rio Tejo foi palco de duas megaoperações internacionais de combate ao tráfico da amêijoa japonesa, com o apoio da Europol, Eurojust e de forças policiais de Espanha, Itália e França. Na zona de Almada e do Barreiro, a Unidade Central de Investigação Criminal da Polícia Marítima dava cumprimento a 34 mandados de busca e apreensão, com o apoio da PSP, e assim desmantelava três redes que operavam na zona, com a detenção de cinco pessoas (todos portugueses), a apreensão de 16 viaturas, duas embarcações, mais de €40 mil e três armas. A operação foi o culminar de dois anos de investigação, em que foram recolhidos indícios de captura ilegal de bivalves, falsificação de documentos, crimes contra a saúde pública, fraude sobre mercadorias, fraude fiscal, branqueamento de capitais e posse de arma ilegal.

Ao mesmo tempo, e quase na mesma zona, a Unidade de Ação Fiscal da GNR detinha, sob a direção do DIAP de Almada, os cabecilhas de uma outra organização transnacional, seis homens e duas mulheres entre os 29 e os 50 anos. Apreenderam ainda €120 mil, 22 veículos, 14 embarcações, ferramentas e maquinaria de apanha, e arrestaram seis contas bancárias e três imóveis. Durante a operação “Tagus Clams”, mais de 200 militares realizaram 53 buscas na margem sul e 11 em Espanha e Itália, para onde é escoado o produto.