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Powell pede paciência e diz que política flexível da Fed é adequada

Jerome Powell contrariou os receios dos investidores de que a Fed possa não conseguir manter a promessa de manter os juros nos atuais níveis ultra baixos.

Jerome Powell, presidente da Reserva Federal norte-americana, anunciou um corte surpresa nas taxas do país.
Michael Reynolds/EPA
Carla Pedro cpedro@negocios.pt 04 de Março de 2021 às 20:48

O presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, reiterou esta quinta-feira o compromisso do banco central de manter o crédito a fluir e acessível até os norte-americanos regressarem ao trabalho. E contrariou os receios dos investidores de que a Fed possa não conseguir manter a promessa de manter os juros nos atuais níveis ultra baixos.

 

No seu discurso num fórum do The Wall Street Journal, Powell declarou, citado pela Reuters, que, com os programas de vacinação em andamento e com as "torneiras dos estímulos orçamentais" abertas, "há boas razões para crer" que em breve haverá progressos relativamente às metas da Fed de máximo emprego e de uma inflação sustentada nos 2%.

 

No entanto, advertiu que esse cenário demorará tempo. No caso do máximo emprego, significa não só uma baixa taxa de desemprego mas também aumentos salariais e mais postos de trabalho para as minorias e para os outros americanos que costumam ficar de fora das primeiras etapas de uma retoma económica.

 

"Quero ser muito claro em relação a isto. Mesmo quando as condições melhorarem, espero que sejamos pacientes", disse, citado pela Reuters.

 

Os juros dos títulos do Tesouro a 10 anos têm estado a subir nos EUA, tendo hoje negociado já muito perto de 1,5%, devido à perspetiva de que a Fed possa subir os juros diretores mais cedo do que o esperado se houver uma subida da inflação quando a economia estiver totalmente reaberta – o que também tem estado a pesar nos mercados acionistas.

 

No entanto, Powell rejeita esse cenário, tendo dito que o atual posicionamento da Fed é o adequado. Sobre a subida dos juros da dívida soberana, o presidente do banco central disse estar atento, mas que, por enquanto, não considera que as mexidas sejam desordenadas – nem sequer de uma dimensão que atire as "yields" para patamares tão elevados que a Fed seja obrigada a intervir nos mercados para as fazer descer.

 

Os juros da dívida a 10 anos estão atualmente perto dos níveis pré-pandémicos nos EUA. E apesar de se considerar que são níveis ainda não muito altos, os investidores têm estado preocupados com a magnitude da escalada observada recentemente. É que apesar de as "yields" estarem em torno de 1% por esta altura do ano passado, chegaram depois a afundar para patamares em torno de 0,3% em março – e neste momento estão três vezes mais elevadas do que em agosto passado.

 

Recorde-se que os investidores começaram a recear que, com o gradual regresso à atividade e os estímulos pandémicos da Administração Biden, a economia pudesse sobreaquecer, trazendo consigo um aumento da inflação.

 

É isso também que tem provocado a atual agitação no mercado da dívida, com os investidores a não apostarem tanto na segurança das obrigações, o que faz subir os juros.

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