No dia em que se regista o número de novos casos diários de covid-19 mais baixo desde 8 de setembro, Vera Lúcia Arreigoso, jornalista do Expresso e especialista em saúde, alerta que o desconfinamento terá de ter “medidas muito limitadas, precisas, cirúrgicas e estratégicas”.
“Voltamos sempre àquela imagem da mola: a nossa mão neste momento está a pressionar essa mola e quando a retirarmos não pode ser de repente. O que é que vai acontecer se assim fosse? O vírus iria também começar repentinamente a voltar a infetar. Tem que ser paulatinamente, com medidas muito limitadas, precisas, cirúrgicas e estratégicas”, disse a jornalista numa entrevista à Edição da Tarde da SIC Notícias.
Com o bom tempo a aproximar-se, os portugueses começam a sair à rua – como aconteceu no passado fim de semana – e, com eles, levam também o vírus, destaca a jornalista. Para além da cautela no plano do desconfinamento, que António Costa irá anunciar no dia 11 de março, Vera Lúcia Arreigoso lembra que o número de internados em cuidados intensivos ainda não atingiu o valor recomendado pelos especialistas para que se comece a aliviar as medidas de restrição.
“Nós estamos no caminho certo, agora não podemos dar nenhum passo em falso. Este é de facto um momento crucial, portanto não vamos ter pressa. Isto é um bocadinho como em medicina: não vale a pena cuidar depressa, vale a pena tratar bem e é isso que nós aqui temos de fazer”, afirma.
Nos setores em que é imperioso retomar a atividade, como na Educação, a jornalista sugere a realização de testes rápidos regularmente – seja de 15 em 15 dias ou num período mais curto, em situações de maior exposição – de forma a manter ativo o rastreio e evitar a propagação do SARS-CoV-2.
Sobre a tomada de decisão de aumentar o período entre as duas doses da vacina, de 21 para 28 dias, Vera Lúcia Arreigoso considera ser “um sinal positivo da nova liderança da task force”. Com esta alteração será possível vacinar mais 100 mil pessoas até ao final do mês de março.
“Eu acho que isto revela um sinal muito positivo da nova liderança da task force que é a capacidade de reagir rapidamente e de se adaptar ao contexto e à situação”, afirma a jornalista do Expresso.
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