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TAP reduz frota a 101 aviões e corta 146,26 milhões de euros no leasing

A frota da TAP passou de 108 para 101 aviões no terceiro trimestre de 2020. Mas o JE sabe que em breve a companhia tenciona voltar a reduzir o seu número de aviões para para 94 aeronaves. Os encargos com o leasing operacional devem cair 175 milhões de dólares (cerca de 146,26 milhões de euros) na totalidade do ano de 2020, admite a TAP
30 Novembro 2020, 07h13

A frota da TAP “passou de 108 aviões no segundo trimestre para 101 aviões no terceiro trimestre”, informou ao Jornal Económico uma fonte da empresa, com base nos dados divulgados à CMVM. Trata-se de uma redução de frota que permite reduzir encargos mas que também poderá proporcionar um encaixe à TAP”, esclarece a mesma fonte.

Os encargos com o leasing operacional devem cair 175 milhões de dólares (cerca de 146,26 milhões de euros) na totalidade do ano de 2020, segundo estimativa da TAP, a que ainda acresce a redução de mil milhões de dólares (cerca de 875,77 milhões de dólares) entre 2020 e 2022 pelo adiamento da entrega de aviões negociada com a Airbus. O JE sabe que a curto prazo a TAP poderá reduzir novamente a sua frota para 94 aviões, embora a empresa não tenha comentado esta informação.

“A redução de encargos e o encaixe ocorrem por dois motivos: a saída de oito aeronaves traduz-se na venda de oito aviões. Não sabemos se essa saída acontecerá até dezembro ou se será concretizada no primeiro trimestre de 2021. Importa saber que a venda de um avião exige uma série de procedimentos que são muito complexos, dependendo da velocidade a que se processe a alienação. Pode ser que ocorra em janeiro ou fevereiro do próximo ano, mas vai permitir um encaixe”, diz a fonte.

“São aviões próprios da TAP que já não têm dívidas associadas. Por isso, além de permitirem encaixes com a venda, permitem evitar uma despesa de manutenção muito grande, que ocorreria em 2021, porque já são aviões antigos, com quase 20 anos de utilização. Alguns desses aviões tinham manutenções pesadas previstas para o início do ano que vem. Esperávamos gastar na manutenção dessas aeronaves algo em torno de 30 a 40 milhões de euros somente no início do ano que vem. Ou seja, além do encaixe, também há essa poupança. Acresce a isso tudo o facto de que eram aviões grandes que não íamos utilizar, porque a procura está ainda muito baixa. Por isso, não fazia sentido manter esses aviões na frota da TAP”, explica a fonte da empresa.

Mas já é possível avaliar o encaixe relativo à redução de 108 para 101 aviões, ou até, eventualmente, para 94 aviões em breve? “O efeito da redução da frota da TAP avalia-se pela composição de aeronaves que vão ser vendidas e pelos aviões que vão ser devolvidos à empresa proprietária do avião – os designados lessors –, permitindo obter um encaixe porque deixamos de pagar a renda mensal destes aviões e teremos o encaixe com a venda dos oito aviões.

Pagamentos de leasing caíram 43%

“Os pagamentos associados ao leasing operacional de aeronaves caíram 43%, quando comparados com igual período do ano passado, refletindo as negociações com lessors para diferimento de pagamentos e reduções permanentes de rendas. Para o total do ano de 2020, prevê-se que estas renegociações reduzam em cerca de 175 milhões de dólares as saídas de caixa relacionadas com leasing operacional de aviões”, refere a transportadora aérea. Este valor é adicional à redução de custos de mil milhões de dólares no período 2020-2022 associados ao adiamento da entrega de nova aeronaves que já tinha sido negociado com a Airbus e anunciado pela TAP.

Segundo dados da empresa, a redução da frota também contribui para um melhor desempenho na atual conjuntura de redução global da atividade da aviação civil, o que se verifica na evolução dos gastos operacionais, e que vai além do impacto da frota que não voa. Desde logo, os custos com combustível ascenderam no terceiro semestre de 2020 a 43,4 milhões de euros, o que corresponde a menos 81,5% que os 234,1 milhões de euros que a TAP gastou em combustível no terceiro trimestre de 2019, segundo dados da TAP.

Os gastos com manutenção de aviões passaram dos 14 milhões de euros no terceiro trimestre de 2019 para os 2,3 milhões de euros no terceiro trimestre de 2020, o que se traduz numa redução de 83,2%, segundo informação da TAP. E os custos dos materiais consumidos baixaram do terceiro trimestre de 2019 para igual período de 2020, respetivamente, de 51,3 milhões de euros para 6,7 milhões de euros, ou seja, menos 86,9%.

O resultado antes de impostos da TAP evoluiu 46,8% do segundo para o terceiro trimestre de 2020, passando, respetivamente, de -267,1 milhões de euros para -142,2 milhões de euros, de acordo com a TAP.

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