Perfil

Revista de Imprensa

Reino Unido acusa Rússia de preparar ciberataque aos Jogos Olímpicos de Tóquio

O Centro Nacional de Cibersegurança do Reino Unido anunciou que os serviços secretos militares russos estavam a planear um ciberataque às Olimpíadas de Tóquio no verão passado. Segundo o jornal “The Guardian”, a operação que terá desmascarado os planos russos foi levada a cabo pelas autoridades britânicas, com a colaboração dos serviços secretos americanos.

Tribuna Expresso

NurPhoto

Partilhar

O adiamento dos Jogos Olímpicos para o próximo ano, devido ao novo coronavírus, deitou por terra os planos de sabotagem, ou terá pelo menos adiado o ataque. Segundo o jornal inglês, muitos ciberataques levados a cabo anteriormente pelo governo russo tiveram como alvos os opositores de Vladimir Putin, mas houve casos em que o objetivo era atingir agências que conduziram inquéritos ao doping no desporto russo.

A Rússia está impedida de participar em qualquer competição olímpica, tendo todos os atletas russos sido excluídos das Olimpíadas de Tóquio devido ao persistente recurso ao doping com o patrocínio do estado.

O comité organizador dos jogos de Tóquio afirmou que o ataque não teve “impacto significativo” nos trabalhos. “Tóquio 2020 vê a cibersegurança como um aspeto importante de organizar os Jogos, e o comité organizador tem tomado um conjunto de medidas e precauções rigorosas,” disse a organização ao “The Guardian”.

“Apesar de não podermos divulgar detalhes das contramedidas devido à natureza do tema, vamos continuar a trabalhar de perto com as organizações e autoridades relevantes para assegurar que essas medidas são implementadas com rigor.”

O Reino Unido confirmou agora também que houve uma tentativa semelhante de perturbar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de inverno na Coreia do Sul, em 2018. Os responsáveis britânicos afirmaram “com 95% de confiança” que o ciberataque foi levado a cabo pela unidade russa GRU 74455.

Em Pyeongchang, cidade sede das Olimpíadas de inverno 2018, os agentes russos terão tentado disfarçar-se de hackers norte-coreanos e chineses para perturbar a cerimónia de abertura da competição, fazendo o site oficial ir abaixo para que os espetadores não pudessem imprimir os bilhetes e provocando falhas no wifi do estádio.

O departamento de justiça norte-americano divulgou entretanto o envolvimento da mesma unidade russa em ciberataques na Ucrânia, na Geórgia e nas eleições francesas. Ainda por confirmar está a responsabilidade da GRU nos ataques com o agente nervoso novichok no Reino Unido, em 2018.