Uma investigação do canal “Channel 4” revela que a campanha de Donald Trump se concentrou, durante a corrida presidencial de 2016, em tentar demover afro-americanos tendencialmente democratas de votarem.
O atual presidente norte-americano terá alegadamente proliferado anúncios negativos contra Hillary Clinton no Facebook junto do eleitorado indeciso de 16 estados, todos conquistados posteriormente pelo republicano.
A campanha de Trump terá compilado uma base de dados sobre 198 milhões de norte-americanos, com o apoio da consultora Cambridge Analytica, contendo informações sociais e económicas dos eleitores, segmentando-os em oito categorias.
Uma delas, considerada fulcral e intitulada de grupo de “dissuasão”, agregava eleitores, na grande maioria afro-americanos, que provavelmente votariam em Clinton ou não votariam de todo.
Usando o poder das redes sociais, a campanha de Trump colocou o foco em disseminar propaganda negativa contra a candidata democrata no feed de todos aqueles que potencialmente poderiam ter o sentido de voto inclinado para Hillary.
Os anúncios alegavam em alguns casos que a concorrente na corrida à Casa Branca não simpatizava com afro-americanos.
Em Michigan, onde Trump venceu com uma vantagem de 10 mil votos, 15% dos eleitores eram negros, sendo que esses eleitores correspondiam a 33% do grupo de dissuasão identificado naquele estado.
Calcula-se que em 2016, em todo o território dos EUA, 2 milhões de eleitores afro-americanos que quatro anos antes votaram em Barack Obama acabaram por não manifestar o apoio no boletim de voto a Hillary Clinton.
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