João Sousa é um fotojornalista português que vive no Líbano desde janeiro. Em entrevista à SIC Notícias conta que durante a tarde desta terça-feira ouviu "um som pouco usual".
"Acho que estamos a ser atacados, foi o primeiro pensamento que me veio à cabeça", explica João Sousa.
O fotojornalista vive a dois quilómetros do porto onde se deu a explosão. Conta que quando aconteceu a segunda, "cerca de 30 segundos depois" da primeira "aí sim, tremeu tudo" e a "casa [onde vive] ficou bastante danificada".
"Nós pensámos que estavamos a ser bombardeados. (...) Um dos meus colegas de casa entrou em estado de choque, não se conseguia mexer."
João e o colega de casa, momentos depois das explosões, pegaram numa mochila com os pertences pessoais e saíram porta fora. Assim que saíram deparam-se com "o estado de caos".
À medida que ia em direção ao porto, o fotojornalista conta que ia assistindo a "cada vez mais caos e destruíção no centro de Beirute".
"Comércio local que eu frequento, os meus vizinhos, pessoas conhecidas, completamente transfiguradas. Está tudo em choque. Ninguém sabe muito bem o que pode fazer e o que há a fazer."
João Sousa saiu de Portugal em 2006 e neste momento não sabe "muito bem onde é a casa". No entanto, também ainda não sabe como serão os próximos tempos.
"Vou ver até que ponto posso continuar aqui, a trabalhar no jornal e a reportar o que se passa neste país. Mas tudo depende dos próximos relatórios. Se informarem que os gases que estão no ar são realmente letais (...) então terei de sair daqui."