Internacional

“Que raio estão vocês a fazer?”, perguntou o irmão de George Floyd aos manifestantes violentos. “Eduquem-se e informem-se em quem votar”

1 junho 2020 20:40

brian snyder

A família de George Floyd, o negro que morreu a semana passada depois de ter passado vários minutos com o joelho de um polícia a pressionar-lhe a garganta, veio esta segunda-feira pedir calma aos manifestantes que, por todo o país, e por vezes de forma violenta, têm mostrado a sua revolta contra o que consideram ser a brutalidade reincidente da polícia contra os cidadãos negros. O caminho é o voto. "Somos muitos", disse Terrence Floyd

1 junho 2020 20:40

Terrence Floyd pediu esta segunda-feira aos milhares de norte-americanos que se têm manifestado contra a morte do seu irmão que se empenhassem numa outra forma de luta, porventura bem mais eficaz, o voto, e que deixassem para trás a violência que tem marcado alguns dos protestos dos últimos dias, desencadeados pela morte de George Floyd, um afro-americano de Minneapolis que morreu enquanto pedia ajuda para respirar ao polícia que o mantinha imobilizado com um joelho na sua garganta.

Num discurso para um grupo de manifestantes, que se juntaram à frente de um altar com flores e cartazes em memória de Floyd montado no lugar onde morreu, Terrence referiu-se aos episódios de fogo posto, aos espancamentos e as pilhagens e perguntou: "Que raio estão vocês a fazer?" para depois declarar o óbvio: "Nada disso vai trazer o George de volta". Em vez disso, Terrence quer que os norte-americanos procurem informação credível sobre os candidatos às próximas presidenciais. "Eduquem-se e informem-se sobre em quem votar, não se deixem enganar, descubram por vocês mesmos quem é quem. É assim que os vamos enfrentar, somos muitos, e ainda podemos fazer isto de forma pacífica."

Há seis dias que milhares de pessoas protestam em pelo menos 140 cidades em todo o território dos Estados Unidos, em várias das quais foi decretado o recolher obrigatório, e o Governo convocou a intervenção da Guarda Nacional para conter os distúrbios. Mais de 4000 pessoas já foram detidas e muitos negócios foram destruídos. O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não fez ainda qualquer comunicação oficial ao país, dirigindo-se aos norte-americanos apenas através do Twitter e sem nunca critical frontalmente os atos do polícia filmado com o joelho sobre o pescoço de Lloyd e que entretanto foi acusado de homicídio.