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Espanhóis querem uma praça em cada povoação com o nome de António Costa

Primeiro-ministro muito elogiado nas redes sociais depois de ter criticado a postura do governo da Holanda perante os problemas vividos por Espanha na luta contra o novo coronavírus.
Cátia Andrea Costa / SÁBADO 28 de Março de 2020 às 14:11
António Costa
António Costa
A frase do primeiro-ministro, António Costa, surgiu, cortante, após a longa reunião por vídeoconferência do Conselho Europeu para debater a pandemia de covid-19, na quinta-feira, e o destinatário era claro: o ministro das Finanças holandês, Wopke Hoekstra, que pediu que Espanha seja investigada por não ter capacidade orçamental para fazer face à pandemia. "Esse discurso é repugnante no quadro de uma União Europeia. E a expressão é mesmo essa. Repugnante", disse sem meias palavras o líder do Executivo português.

Em conferência de imprensa, Costa defendeu que a afirmação do ministro holandês "é uma absoluta inconsciência" e uma "mesquinhez recorrente" que "mina completamente aquilo que é o espírito da UE e que é uma ameaça ao futuro da UE". 

"Se a União Europeia [UE] quer sobreviver é inaceitável que qualquer responsável político, seja de que país for, possa dar um resposta dessa natureza perante uma pandemia como aquela que estamos a viver", indignou-se, rematando: "Se não nos respeitamos uns aos outros e se não compreendemos que, perante um desafio comum, temos de ter capacidade de responder em comum, então ninguém percebeu nada do que é a União Europeia", frisou.


As declarações do líder do Executivo português foram partilhadas em Espanha e há quem defenda que António Costa deve mesmo ser homenageado pela defesa que vez do país vizinho. "Uma praça com o nome de António Costa em cada povoação de Espanha", diz um usuário da rede social Twitter. Outro agradece o apoio de um "líder solidário e com capacidade de liderança" e há quem peça que, quando a crise provocada pela covid-19 passar, Espanha tenha mais empatia com Portugal. 










Esta sexta-feira, António Costa voltou ao tema, depois de ter sido questionado se achava que podia ter exagerado nas palavras usadas sobre a postura holandesa. "É preciso não ter a noção do que é viver num mercado interno como aquele em que nós vivemos para alguém poder ter a ilusão de que consegue resolver o problema da pandemia na Holanda se a pandemia se continuar a generalizar na Itália ou em Espanha ou em qualquer outro sítio. Vivemos num mercado de fronteiras abertas", disse, em Matosinhos.

"E quem quer estar numa UE a 27 tem de perceber que estar numa união não é viver em isolamento, por si só, é partilhar com os outros as dificuldades e as vantagens. Um ministro das Finanças que mais beneficia com a existência de um mercado interno e com a existência da zona euro, devia ser dos primeiros a perceber que num espírito de união estamos cá para nos apoiar uns aos outros", atirou, o chefe de Governo, para quem a UE está a lutar pela sobrevivência. "A União Europeia ou faz o que tem de fazer ou a União Europeia acabará. Acho que só as pessoas que não têm a menor sensibilidade ou a menor compreensão do que é esta realidade dramática que estamos neste momento a enfrentar - perante dramas como o da Itália ou da Espanha, e em todos os países e na Holanda também - é que é possível dizerem que é preciso ir saber porque é que a Itália e a Espanha não têm condições orçamentais para enfrentar estas situações".

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