Coronavírus

Covid-19. Espanha comprou à China 340 mil testes rápidos que não funcionam

26 março 2020 7:59

shannon stapleton/reuters

Os testes rápidos em causa foram fabricados pela empresa chinesa Bioeasy, com sede em Shenzen, e prometiam dar um diagnóstico em até 15 minutos; o Governo espanhol terá comprado cerca de 340 mil

26 março 2020 7:59

Más notícias vindas de Espanha. Os testes rápidos de diagnóstico comprados à China pelo Governo de Pedro Sánchez não funcionam bem, revela o “El País” esta quinta-feira.

Os testes têm uma sensibilidade de 30% ao vírus, quando deveriam ter uma precisão superior a 80%, avisam os laboratórios espanhóis que ensaiaram os testes. Ou seja, a percentagem de falsos negativos é demasiado alta para que este método de diagnóstico possa ser utilizado. “Com um valor tão baixo [de positivos], não podemos utilizar estas provas”, frisaram.

Pedro Sánchez tinha a expectativa que os testes rápidos comprados à China ajudassem a massificar o diagnóstico de infetados com o novo coronavírus – incluindo assintomáticos. Ora, tal não vai acontecer.

O grupo de investigadores do Instituto de Saúde Carlos III, que analisou a eficiência dos testes rápidos comprados à China, recomendou ao executivo espanhol que continue a utilizar os ensaios laboratoriais como principal método de diagnóstico – uma técnica laboriosa e que demora horas até se obter um resultado.

Os testes rápidos em causa foram fabricados pela empresa chinesa Bioeasy, com sede em Shenzen, e prometiam dar um diagnóstico em até 15 minutos; o Governo espanhol terá comprado cerca de 340 mil.

Portugal poderá também sofrer consequências desta má notícia vinda de Espanha. O Governo de António Costa anunciou na semana passada a compra de 80 mil testes rápidos de diagnóstico à China. O Expresso está a apurar se se trata da mesma empresa.