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Passos Coelho ataca António Costa em apresentação de livro de Carlos Moedas

Antigo primeiro-ministro revelou que não deixou sair Maria Luís Albuquerque para a Europa.
SÁBADO 18 de Fevereiro de 2020 às 21:54
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Passos Coelho ataca António Costa em apresentação de livro de Carlos Moedas
Nos últimos meses tem sido um apelo feito por muitos militantes do PSD: "Volta, Passos". Parece que o desejo foi concretizado e que o antigo líder social-democrata está de volta à vida pública (e política) ativa. Em menos de um mês o antigo primeiro-ministro apareceu em Ponte da Barca onde apelou a uma aliança entre o CDS e o PSD (no mesmo fim-de-semana em que Francisco Rodrigues dos Santos foi eleito presidente do CDS); a semana passada para apelar ao debate cívico sobre a eutanásia e uma terceira vez esta terça-feira na apresentação do livro Vento Suão: Portugal e a Europa de Carlos Moedas. 

Esta sua última aparição foi a mais assertiva. Passos Coelho criticou António Costa por, em tempos, ter criticado a escolha de Moedas para Comissário Europeu, dizendo sobre ele que era o "mais ortodoxo dos ortodoxos". Lembra Passos que entretanto a posição do primeiro-ministro se alterou e que agora faz um "balanço muito positivo" do mandato de Carlos Moedas. Tanto que "até o chamou a S. Bento para uma bonita cerimónia de passagem de pasta", ironizou o antigo líder social-democrata.

Isto num discurso que se alongou durante quarenta minutos e teve até direito a uma revelação: Juncker tinha pedido a Passos que enviasse Maria Luís Albuquerque para a Europa, mas o então primeiro-ministro impôs que fosse Moedas. Contou Passos que sempre pensou em escolher Moedas, mas que Jean-Claude Juncker tentou dissuadi-lo e levar para a Comissão Maria Luís Albuquerque. Ficou de pensar no caso, mas esse período coincidiu com os primeiros sinais de crise no BES. Por isso, com "o BES a viver uma situação que inspirava a maior das preocupações", a decisão teve de ser outra e avançou mesmo Moedas. 

Crítico sobre a escolha de Elisa Ferreira para a Comissão Europeia, Passos acusou o Governo de Costa de se preocupar mais com a propaganda do que com Portugal. "Nunca quis nem nunca pedi a pasta dos fundos estruturais. Não percebo porque o atual governo a quis. Como Portugal é grande beneficiário, não percebo o interesse. A pasta dos fundos europeus não serve para nada a não ser para fazer propaganda no país", atirou o social-democrata.

Entre os convidados estavam antigos ministros de Passos, como Paula Teixeira da Cruz, Miguel Relvas, Paulo Macedo ou António Pires de Lima, bem como o braço-direito no Parlamento na era passista, Luís Montenegro. Estiveram presentes antigos líderes do PSD, como Marques Mendes, Francisco Pinto Balsemão, mas o atual líder, Rui Rio, não marcou presença. 
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