Na hora de prestar vestibular, Cristiana Toscano não tinha certeza nenhuma de que a medicina era a melhor escolha de carreira."Eu pensei em psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e até musicoterapia, que era uma área que começava a despontar. Meus pais habilmente sugeriram seguir para a área médica que, na visão deles, permitiria seguir por uma dessas opções depois", lembra.
Atualmente, Toscano é professora da Universidade Federal de Goiás e representa a Sociedade Brasileira de Imunizações no Estado. Além disso, a especialista atua como a única brasileira e latino-americana no Grupo Conselheiro Estratégico em Imunização de covid-19 da OMS. Estamos vivendo uma pandemia agora, causada por um coronavírus. E não existem dúvidas que veremos outras pela frente. Há todo um desafio em preparar os sistemas de saúde, fazer a detecção precoce, monitorar os vírus e promover o trabalho de articulação entre gestores de saúde, vigilância, inovações tecnológicas, métodos de diagnóstico, vacinas e tratamentos.
Em paralelo, temos um segundo time, que pensa em toda estrutura a ser montada quando a vacina estiver pronta. Discutimos quem vai ter a prioridade de receber as primeiras doses ao longo do ano que vem. Como teremos um número limitado de imunizantes, precisamos usar várias modelagens estatísticas para otimizar o impacto benéfico que essa ação pode ter em toda a população.
Em segundo lugar, as epidemias de Sars em 2003 e de Mers em 2012, que também foram provocadas por tipos de coronavírus, anteciparam algumas coisas para a vacina contra a covid-19. Já tínhamos algumas equipes avançando em imunizantes contra esses vírus.Outro aprendizado valioso recente foi a coalizão criada a partir de 2017 para responder ao surto de ebola na África.
Não é possível, por exemplo, diminuir o número de voluntários ou avaliar menos casos de infecção num estudo de fase 3 para que os resultados saiam mais depressa. Há alguns dias, o presidente americano Donald Trump fez até uma pressão nesse sentido, mas isso deu a maior confusão nos Estados Unidos.
O problema é que essa avaliação inicial não nos diz quanto tempo vai durar essa proteção. A avaliação definitiva, portanto, só é possível após 12 ou 18 meses da aplicação das doses.
Há controvérsias
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