Por fim, Donald Trump vai embora: o que estava em dúvida até a supressão da violenta tentativa de golpe no último dia 6 agora está assegurado. Mas os danos feitos durante os quatro anos de seu mandato desastroso permanecem e vão constituir o principal desafio para o novo presidente americano, Joe Biden, quando ele tomar posse ao meio-dia do dia 20. As bases da democracia americana foram profundamente abaladas, e não será fácil reconstruí-las.
Claro que Biden também precisará enfrentar outras crises já anunciadas. Mas elas são conjunturais, e não estruturais. Como parte da herança maldita que ele recebe de Trump, por exemplo, terá de eliminar a Covid-19, que já matou mais de 385 mil americanos, deixou outros 23,5 milhões doentes, roubou o emprego de quase 40 milhões e fez a economia despencar. Mas isso deve ser relativamente fácil de contornar.
Talvez seja difícil para o estrangeiro entender o choque sofrido pelo americano comum ao ver o Capitólio, prédio que ocupa um espaço muito especial no imaginário nacional, ser sitiado e depois tomado. Desde criança, somos ensinados a pensar no Capitólio como lugar sagrado, “o templo da democracia”. Só uma vez antes foi ocupado por forças hostis: o Exército britânico, durante a guerra de 1812.
Querem tirar o Trump a todo custo pelo medo, não sobre o que ele pode fazer contra a nação, mas contra o establishment e a empreitada democrata de poder a qualquer custo.
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