. Esse foi o começo. Nas duas últimas décadas, a distância entre a renda dos 10% mais ricos da população e dos 50% mais pobres se duplicou. E a concentração da riqueza chegou a uma cota “extrema”, porque os 10% mais poderosos já possuem três quartos de todo o patrimônio mundial. O coronavírus não truncou essa tendência.
Entretanto, nem tudo são más notícias. A pandemia obrigou inúmeros países a estenderem redes de proteção aos seus cidadãos. Nos Estados Unidos, a eclosão da covid-19 atingiu desproporcionalmente os cidadãos mais vulneráveis. As taxas de emprego caíram 37%. “E, entretanto, vimos que não se produziu um aumento da pobreza. Pelo contrário: houve uma queda”, destaca Chancel.
Por outro lado, a pandemia acelerou outro processo que já vinha ocorrendo desde a crise financeira de 2008: a perda de patrimônio do setor público para o privado. Os Estados já vinham perdendo patrimônio nos últimos 50 anos, de modo que em países como os EUA e o Reino Unido toda a riqueza foi privatizada. “Os governos hoje são muito mais pobres do que há 40 anos.
Esse fenômeno leva à seguinte pergunta: quem pagará essa dívida? A futura recomposição das finanças públicas começa a alimentar o debate sobre possíveis saídas: desde reestruturações até ajustes orçamentários e o efeito da inflação. Em suma: se os planos de austeridade serão retomados, como se fez há uma década, causando um aprofundamento ainda maior das desigualdades. “Está tudo aberto.
… Seria lógico que se pedisse mais aos mais ricos em lugar de exigir às novas gerações, que são as que sofreram mais nesta crise”, conclui Chancel.
Só 76%?
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