Se ela nos propunha um “canto livre”, só podia ser porque havia de haver na sociedade em que vivíamos um espaço em que não tínhamos liberdade para cantar o que desejávamos. Onde cantar o que gostaríamos de cantar seria um projeto de rompimento com algum tipo de poder. E o maior adversário da cultura, em todos os regimes que o homem conheceu em sua História, sempre foi o poder.
O que as pessoas que andei ouvindo sentiram foi, da parte de nossa geração, que viveu intensamente aqueles anos com o apoio do que faziam seus ídolos, uma enorme saudade de um tempo em que as manifestações culturais tinham um peso e evidente cobertura da sociedade, que pensava pensar o país como nós fazíamos. Ou a partir do que poderíamos oferecer como alternativa de ideal “politizado”.
E, por outro lado, a ignorância das novas gerações sobre um período que elas não viveram, mas do qual ouviram falar intensamente. Tenho a impressão de que, para esses, o que mais se destaca no consumo daquele documentário é a súbita descoberta de uma articulação fértil entre cultura e política.
Independente do enorme talento e das qualidades culturais de Nara Leão, todas as formas de criação musical às quais ela aderiu ou que descobriu e revelou, estavam marcadas por uma espécie de selo de qualidade que lhes foi concedido pela própria história da bossa nova, do samba de morro, do protesto ou do tropicalismo, do que seja no panorama da música popular brasileira de tantas colinas e esquinas das quais se manifestou.
Bateu novamente a Saudade da roubalheira né minha filha? kkkkk
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