A forte compressão de prêmios de risco na curva de juros observada durante a semana deu lugar a um movimento de correção nas taxas futuras nesta sexta-feira , em reação à piora na percepção de risco.
A curva voltou a ganhar inclinação, na medida em que os agentes digeriram a proposta do governo para reduzir os impostos federais sobre combustíveis e energia, o que impôs um forte viés de alta às taxas de longo prazo. No fim da sessão regular, às 16h, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro para janeiro de 2023 subiu de 11,88% no ajuste anterior para 11,90%; a do DI para janeiro de 2024 avançou de 11,44% para 11,49%; a do contrato para janeiro de 2025 saltou de 11,06% para 11,18%; e a do DI para janeiro de 2027 escalou de 11,10% para 11,285%.
“Ainda que a eventual aprovação dessa medida possa trazer algum alívio para os índices de inflação ao consumidor no curto prazo, entendemos que deverá se sobressair o sentimento de piora do quadro fiscal, tanto em termos arrecadatórios quanto de perspectiva de que outras medidas fiscais poderão ser lançadas ao longo dos próximos meses, de modo a tentar alavancar a popularidade do presidente Bolsonaro em ano eleitoral”, escrevem, em nota...
O estrategista-chefe do Modalmais, Felipe Sichel, nota que, segundo o Orçamento atual, uma perda de arrecadação de R$ 68,6 bilhões levaria o resultado primário de -0,8% do PIB para -1,6% do PIB. “Reforça-se, naturalmente, que o movimento intensifica a incerteza fiscal e pode, portanto, levar ao aumento das expectativas de inflação em vértices mais longos”, avalia, apesar do impacto inflacionário no curto prazo.
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