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Fernández diz que enviará projeto para legalizar aborto na Argentina

Presidente eleito no país vizinho defende que assunto seja visto como questão de saúde pública

O presidente eleito na Argentina, Alberto Fernández. Foto: Reprodução/Página 12
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A legalização do aborto será tema de um dos primeiros projetos de lei que o presidente eleito na Argentina, Alberto Fernández, deve enviar ao Parlamento. A revelação ocorreu durante entrevista de Fernández ao jornal argentino Página 12.

O novo chefe de Estado do país vizinho defendeu que a questão seja vista como saúde pública e não como uma disputa entre progressistas e conservadores.

Ele afirma ter sido comovido com o teor do livro “Somos Belén”, da escritora Ana Correa, que narra a história de uma jovem presa após sofrer um aborto espontâneo.

“Não podemos seguir condenando mulheres como ela, que nem sabia sobre sua gravidez. Como podemos viver nessa sociedade? Como podemos ver isso e não reagir?”, questionou. “Será enviado um projeto de lei pelo presidente, assim que chegarmos.”

O Parlamento argentino já discutiu a legalização do aborto em 2018. Sob protestos de movimentos feministas, o então presidente Maurício Macri permitiu a análise de um projeto de descriminalização do aborto até a 14ª semana de gestação. No entanto, a iniciativa foi rejeitada no Senado, apesar de aprovada na Câmara.

Fernández também afirmou que trabalhará pela paridade de gênero na política e, para isso, criará o Ministério da Mulher, da Igualdade e da Diversidade.

“Estou convocando muitas mulheres, algumas estarão na primeira linha e outras na segunda. Definitivamente, acredito que temos que acabar com a discriminação contra a mulher”, disse.

Crises na América do Sul

O novo presidente também comentou a crise nos países da América do Sul. Segundo ele, houve golpe na Bolívia e, em outros países, as manifestações têm caráter progressista.

“Houve golpe na Bolívia e no resto dos países são reações de povos que reivindicam mais progressismo. Isso tem que ficar claro. No Chile e no Equador reivindicaram por mais progressismo e no Peru também. Na Bolívia, também farão. Não é verdade que temos um retrocesso”, afirmou.

Sobre o Brasil, ele afirmou que espera que a política externa do país seja reposicionada pela chancelaria.

“O Brasil sempre teve uma chancelaria modelo em todo o continente. Espero que, em algum momento, a chancelaria brasileira ponha ordem”, afirmou.

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