Por G1


Sobe para 10 o número de alpinistas mortos no Everest, nesta temporada de escalada

Sobe para 10 o número de alpinistas mortos no Everest, nesta temporada de escalada

Dois alpinistas morreram no pico do Everest neste sábado (25), elevando para 10 o número de mortos nesta temporada de escalada da região, segundo a agência de notícias Reuters. As vítimas são um alpinista britânico e um irlandês.

No ano passado, foram registradas 5 mortes na temporada de escalada. O Everest é o pico mais alto do mundo e tem 8.848 metros de altura. Ele fica na fronteira entre o Nepal e o Tibete.

De acordo com especialistas, o elevado número de mortes nesta temporada pode estar ligado ao aumento de permissões de escalada. Com mais pessoas para chegar ao pico, e poucas "janelas" meteorológicas para alcançar o cume, os alpinistas se vêem presos em "engarrafamentos" e ficam mais expostos às condições climáticas.

A foto, do dia 22 de maio, mostra a quantidade de escaladores do Everest. Muitas equipes tiveram que esperar por horas em filas para chegar ao topo. — Foto: Handout / Project Possible / AFP

Outras mortes

Na sexta-feira (24), autoridades nepalesas anunciaram que outros quatro alpinistas morreram. Dois deles eram indianos, um era austríaco e outro, nepalês.

Uma das vítimas, a indiana Kalpana Das, de 52 anos, chegou ao topo do Everest, mas morreu na quinta-feira (23) à tarde no momento da descida.

Outro indiano, Nihal Bagwan, 27 anos, também morreu durante a descida.

"Ele ficou bloqueado no engarrafamento durante mais de 12 horas e estava esgotado. Os guias trouxeram-no para o acampamento 4 e ele morreu no local", relatou Keshav Paudel.

O austríaco, de 65 anos, era alpinista e morreu no lado tibetano da montanha, anunciou um organizador de expedição. O nepalês, um guia de 33 anos, morreu em um acampamento-base, depois de ficar doente no campo 3, a 7.158 metros de altitude.

A foto, de 29 de abril, mostra escaladores andando perto do acampamento 1 no Monte Everest — Foto: Phunjo Lama / AFP Photo

Quantidade de pessoas

De acordo com um funcionário da agência de viagens Peak Promotions, do Nepal, a quantidade de pessoas no local pode ter contribuído para a morte de Bagwan.

Até quinta (23), quase 550 alpinistas tinham alcançado o topo do Everest nesta temporada, de acordo com dados divulgados pelas autoridades nepalesas.

O período entre o fim de abril e o mês de maio é considerado mais vantajoso para a escalada do monte, pois as condições meteorológicas são menos extremas.

Zona da morte

Uma altitude de 8 mil metros acima do nível do mar é considerada a "zona da morte". Na altitude extrema, o oxigênio é mais escasso na atmosfera, e os alpinistas precisam recorrer a garrafas de oxigênio para alcançar o topo.

"Permanecer muito tempo na zona da morte aumenta os riscos de congelamento, de sofrer o mal da altitude, ou mesmo de morte", explicou Ang Tsering Sherpa, ex-presidente da Associação de Alpinistas do Nepal.

Nos dias anteriores, outros dois alpinistas indianos e um americano morreram no Everest. Um montanhista irlandês também teria morrido, depois de escorregar e cair de uma área a 8.300 metros de altitude. O corpo não foi encontrado.

Desde que as autoridades nepalesas liberaram a escalada no Monte Everest nos anos 1990, as expedições comerciais aumentaram, assim como o número de alpinistas. Neste ano, o Nepal concedeu, para a temporada de primavera do hemisfério norte, o recorde de 381 permissões, ao preço de 11 mil dólares (cerca de R$ 44,2 mil) por pessoa, de acordo com os últimos dados disponíveis.

Ao menos 140 receberam permissões para escalar o Everest a partir do flanco norte, no Tibete. Cada titular de uma permissão é acompanhado por um guia, o que significa que mais de 750 pessoas estão na rota para a escalada.

O topo do Everest foi alcançado pela primeira vez em 1953, pelo neozelandês Edmund Hillary e pelo nepalês Tenzing Norgay.

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