Por G1 MT


Alunos usaram celulares para iluminar prova — Foto: Fernando Henrique Garcia/Arquivo pessoal

Os alunos do 2° ano do ensino médio da Escola Estadual João Matheus Barbosa, em Juscimeira, a 164 km de Cuiabá, realizaram parte de uma prova de sociologia usando a lanterna do celular para clarear as questões, após uma queda de energia, no dia 30 de abril.

A avaliação falava sobre a formação igualitária e o que as pessoas podem fazer para tornar a sociedade melhor e, segundo o professor da turma, Fernando Henrique Garcia, os estudantes responderam a questão na prática ao tomarem essa atitude.

“Eu tinha saído para chamar o agente de pátio quando a energia caiu. Quando isso acontece, é comum os alunos correrem e irem embora o mais rápido possível, então voltei depressa para a sala e me deparei com aquela cena, fiquei muito surpreso”, contou.

O professor disse que a queda de energia durou alguns minutos e, durante esse tempo, ele propôs que os alunos fizessem a prova depois, mas eles se recusaram.

“Eles insistiram em continuar e assumiram a responsabilidade de que aquilo não iria prejudicá-los. Nesse momento, vi na prática a honestidade e o respeito que tenho trabalhado com eles na teoria”, ressaltou.

Por outro lado, Fernando disse que os professores de outras turmas tiveram dificuldades para manter os alunos na escola até a volta da energia. “Não deveria, mas é comum os alunos procurarem pretextos para ir embora da escola”, avaliou.

As notas das avaliações aplicadas foram todas boas, segundo o professor — Foto: Fernando Henrique Garcia/Arquivo pessoal

Durante os sete anos de profissão, o professor afirmou que essa foi a primeira vez que ele se deparou com uma atitude desse tipo.

“Eles mostraram que devemos acreditar nas pessoas. A educação passa por momentos complicados, mas é preciso pensar além das organizações governamentais, precisamos acreditar mais no outro e ser incentivador de pessoas, pois, com isso, as pessoas mostram o seu lado bom”, pontuou.

As notas das avaliações aplicadas foram todas boas, segundo Fernando. “É uma sala que se dedica bastante. Eles têm muito a mostrar à sociedade e o papel do educador é lapidá-los para que possam mostrar o que têm de melhor”, ressaltou.

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