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Por O Globo — Roma

O Papa Francisco não conteve as lágrimas ao falar da guerra na martirizada" Ucrânia durante uma cerimônia em Roma nesta quinta-feira. O Pontífice se emocionou ao mencionar o sofrimento dos ucranianos durante uma tradicional oração para marcar o dia de Nossa Senhora da Conceição.

O religioso argentino visitou a Praça de Espanha na capital italiana, onde ocorre uma tradicional cerimônia em homenagem à santa. Em prece diante de um monumento em homenagem à Virgem, ele disse:

— Virgem Imaculada, hoje gostaria de lhe trazer os agradecimentos do povo ucraniano... — disse ele, lendo seu discurso, antes de parar emocionado.

Com o corpo trêmulo, o Papa ficou em silêncio por cerca de 30 segundos. Ele foi aplaudido com entusiasmo pela multidão que acompanhava a cerimônia, entre eles o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri. Em seguida, retomou a fala, apoiando-se no braço da cadeira, mas permanecendo de pé:

— Os agradecimentos do povo ucraniano pela paz que há muito tempo pedimos ao Senhor. Ao invés disso, devo lhe apresentar a súplica das crianças, dos idosos, dos pais e das mães, dos jovens daquela terra martirizada — continuou, com a voz embargada pela emoção. — Olhando para ti, que és sem pecado, podemos continuar a acreditar e esperar que o amor vença o ódio, que a verdade vença a falsidade, que o perdão vença a ofensa e que a paz prevaleça sobre a guerra. Assim seja!

Desde que o presidente russo Vladimir Putin ordenou a guerra na Ucrânia em 24 de fevereiro, o Papa tem mencionado o conflito na maioria de suas aparições públicas, adotando um tom cada vez mais crítico com relação a Moscou.

Na quarta, por exemplo, comparou a guerra na Ucrânia com a Operação Reinhard, que classificou como um ato de "extermínio". A operação secreta nazista matou cerca de 2 milhões de pessoas, em sua maioria judeus, nos anos iniciais da Segunda Guerra Mundial.

— Que a memória deste evento terrível desperte intenções e ações de paz em todos — disse ele a um grupo de poloneses. — E a História se repete. Agora vemos o que acontece na Ucrânia.

No mês passado, afirmou também que os ucranianos sofriam um "martírio de agressão", comparando os efeitos do conflito que há dura dez meses ao "terrível genocídio" da década de 1930. Referia-se à fome provocada pela coletivização forçada da agricultora ordenada pelo então dirigente soviético Josef Stalin.

O Papa já ofereceu diversas vezes o Vaticano como um possível mediador para o fim do conflito, mas isso parece cada vez mais improvável. Alguns de seus comentários sobre a guerra, inclusive, foram recentemente tachados de "nada cristãos" pela Chancelaria russa.

Francisco alerta para a escalada russa e para os riscos nucleares, mas também faz apelos para que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para que esteja "aberto a propostas de paz sérias". Em junho, criticou a "brutalidade" de Moscou, mas disse também que o conflito pode ter “sido de alguma forma provocado ou não impedido”.

Em uma entrevista a revistas jesuítas europeias, afirmou que qualquer análise deve se afastar do conceito maniqueísta de “Bem” e “Mal”: ele afirmou que “algo global” está surgindo, com elementos interligados entre si. Ele mencionou uma conversa com um chefe de Estado, não identificado, que apontou, antes do início do conflito, movimentações que via como preocupantes da Otan e da Rússia.

Nos meses que antecederam o conflito, os dois lados trocaram acusações relacionadas a diferentes visões sobre a segurança regional europeia, que iam além da Ucrânia. Essas questões políticas, afirmou o Papa, foram deixadas de lado na narrativa da guerra. Durante a entrevista aos veículos jesuítas, Francisco disse que a "irritação" do Kremlin pode ter sido provocada pelos "latidos da Otan na porta da Rússia".

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