Eleições 2022
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Por Bianca Gomes, Victoria Cócolo, Gustavo Schmitt e Mariana Rosário — São Paulo

Após terminar a sua primeira disputa presidencial em terceiro lugar, com 4,1% dos votos válidos, atrás de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), a senadora Simone Tebet (MDB-MS) sinalizou que pode apoiar petista no segundo turno. A emedebista terninou à frente do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que desidratou na reta final da campanha e acabou em quarto lugar, com 3% dos votos.

Ao lado de sua candidata a vice, Mara Gabrilli, a senadora Simone Tebet disse que vai esperar a posição de seu partido, o MDB, além dos aliados Podemos, Cidadania e PSDB para declarar seu apoio no segundo turno. Mas pediu que as legendas tenham pressa em decidir e disse que fará seu posicionamento em até 48 horas.

— Não esperem de mim omissão, tomem logo a decisão porque a minha já está tomada. Eu tenho lado, e vou me pronunciar no momento certo. Eu só espero que vocês entendam que este não é qualquer momento no Brasil. É importante que a gente durma e olhe o resultado das urnas em cada estado. É momento de decisão e ação — declarou.

A candidata começou sua fala, em seu comitê de campanha, celebrando os quase 4,2% de votos e dizendo que ela e a vice, Mara Gabrilli, saíram do pleito “gigantes”. Ela ainda declarou que a candidatura foi fruto de persistência e da “coragem de duas mulheres”. E que a campanha foi desenhada justamente para “marcar posições” entre as mulheres na política.

— Conseguimos fazer uma caminhada muito bonita, estou muito feliz com o resultado que nós conseguimos obter — afirmou.

A expectativa é que a senadora decida nesta semana se deve ou não abrir diálogo com Lula. Pessoas próximas a Tebet acreditam que ela poderá fazer um "apoio crítico" ao petista, vinculado ao cumprimento de alguma de suas promessas de campanha. O martelo, no entanto, só deve ser batido depois de quarta-feira, após posicionamento oficial do MDB, que caminha para se manter neutro no segundo turno e liberar o apoio nos estados.

Interlocutores de Lula ventilaram a ideia de convidar Tebet para um ministério, mas a senadora nega que tenha interesse. Como mostrou o GLOBO, nos bastidores, em tom de brincadeira, petistas tratam-na como “futura ministra”.

O fato é que o futuro de Tebet ainda é uma incógnita e que ela estará sem mandato para a próxima legislatura. Pessoas próximas avaliam que caso assuma um ministério, Tebet se manteria em evidência para projetar sua imagem para o pleito de 2026.

O certo até agora é que ela vai ajudar o MDB nas eleições municipais, servindo como cabo eleitoral para candidatos a prefeito. Dirigentes do MDB defendem que ela ainda atue na construção de candidaturas femininas.

Com a votação deste domingo, Tebet não conseguiu tornar-se a candidata do MDB mais votada em uma eleição à Presidência — Ulysses Guimarães terminou a disputa de 1989 com 4,7%. A senadora, que foi referendada postulante da terceira via por MDB, PSDB e Cidadania, começou a disputa com 1% de intenção de voto e desconhecida da maior parte da população.

O resultado de Tebet, apesar de ainda distante do segundo colocado, foi comemorado pela campanha e pelo próprio partido. Correligionários da senadora avaliam que ela se consolidou como uma liderança política, o que abre caminho para a construção de uma candidatura mais competitiva em 2026.

Tebet fez uma campanha com foco no Sudeste e marcada pelos embates contra Bolsonaro nos debates presidenciais. A senadora deu ênfase às pautas femininas e sociais, colocando propostas como um ministério paritário e a criação de uma bolsa para jovens que concluírem o Ensino Médio.

Quem é Simone Tebet?

Simone Tebet entrou na política por causa do pai Ramez Tebet (1936-2006), que já foi presidente do Senado Federal. Ela é advogada, formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), já foi prefeita de Três Lagoas, de onde nasceu, além de vice-governadora do Mato Grosso do Sul, deputada federal e senadora.

Tebet foi a primeira mulher a concorrer à presidência do Senado Brasileiro, em 2021. O MDB deixou de apoiar oficialmente a senadora, que decidiu manter sua candidatura de forma independente. Simone perdeu a eleição para Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que recebeu 57 votos, enquanto ela recebeu 21.

Simone também é professora, inclusive, lecionou para Soraya Thronicke (União Brasil), na faculdade de Direito do Mato Grosso do Sul. Como senadora, ganhou destaque durante a CPI da pandemia, por sua atuação combativa ao governo federal.

Tebet ganhou grande destaque durante os debates, sobretudo o realizado na Band em que foi considerada a que melhor performou. Na ocasião, Bolsonaro ofendeu a jornalista Vera Magalhães com uma frase machista e foi acuado pelas duas candidatas presentes: Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil), que expuseram a já conhecida agressividade do presidente em relação às mulheres.

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