Além do presidente, a família de Jair Bolsonaro (PL) tem sido um dos principais alvos dos concorrentes à Presidência da República nestas eleições. O caso mais recente é o da compra de imóveis por ele e por parentes com dinheiro vivo ao longo dos últimos anos e a mansão declarada pela ex-mulher Ana Cristina Valle, candidata a deputada distrital.
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Relembre os casos:
51 imóveis em dinheiro vivo
Segundo levantamento do UOL, quase metade dos imóveis do presidente e de familiares mais próximos foi paga total ou parcialmente com uso de dinheiro vivo. Foram 107 imóveis negociados, e em pelo menos 51 deles foi utilizado dinheiro em espécie para o pagamento. Negociações imobiliárias de pessoas ligadas ao presidente já haviam sido alvo de investigações no passado.
Recentemente, Bolsonaro afirmou não ver problemas em comprar imóveis com dinheiro em espécie, após ser questionado sobre transações feitas por seus familiares.
— Qual problema comprar com dinheiro vivo imóvel? Não sei o que está escrito na matéria. Qual o problema? Investiga, meu Deus do céu — afirmou Bolsonaro.
Ex de Bolsonaro e filho Jair Renan moram em mansão de R$ 2,9 milhões em Brasília
No último dia 22, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal censurou as reportagens do UOL sobre o uso de dinheiro vivo na compra dos imóveis. Logo depois o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça derrubou a censura.
Mendonça, no entanto, negou pedido apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para que as operações imobiliárias fossem investigadas.
Na terça-feira, a ministra Maria Cláudia Bucchianeri do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) rejeitou os pedidos de direito de resposta da campanha de Bolsonaro em propagandas do PT, PCdoB e PV que citam os imóveis comprados pela família do presidente com dinheiro vivo.
Mansão da ex-mulher
A advogada Ana Cristina Valle declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ser proprietária de uma mansão que, até no ano passado, ela dizia pagar aluguel, onde reside com Jair Renan Bolsonaro, filho dela e do presidente.
De acordo com a escritura, a mansão foi comprada em maio de 2021, por R$ 2,9 milhões, pelo corretor de imóveis Geraldo Antônio Machado. Ao TSE, a candidata a deputada distrital pelo PP, em Brasília, informou ainda que a casa vale R$ 829 mil. A Polícia Federal afirmou que solicitou à Justiça Federal a abertura de uma investigação para apurar uma movimentação financeira realizada por Ana Cristina para compra do imóvel. O pedido foi feito a partir de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão de combate à lavagem de dinheiro.
O documento aponta "transações atípicas" durante a aquisição de um imóvel que seria, segundo a PF, "aparentemente incompatível com o exercício da função pública de assessora parlamentar" e que teria sido feita "por meio de pessoa interposta".
A mansão possui quatro suítes, todas com closet, escada em mármore, suíte master ampla com cerca de 100 m²; jardim, piscina e até espaço fitness.