Eleição em números

Por Victor Farias, g1


O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) durante o debate deste sábado (24). — Foto: ALEX SILVA/ESTADÃO CONTEÚDO

O presidente Jair Bolsonaro (PL) é o único candidato entre os 20 que buscam a reeleição para o executivo que não está em primeiro lugar na disputa e que não cresceu durante o período oficial de campanha eleitoral.

Dos 19 governadores que tentam reeleição, 18 estão em primeiro lugar na última pesquisa Ipec divulgada no estado, muitos deles com larga distância do segundo colocado. O único que não está, Rodrigo Garcia (PSDB-SP), assumiu o governo em abril deste ano e, diferente de Bolsonaro, registrou crescimento no período eleitoral.

A maioria dos candidatos à reeleição também registrou aumento na intenção de votos ao longo da campanha oficial. As exceções são Renato Casagrande (PSB), no Espírito Santo, e Moisés (Republicanos), de Santa Catarina.

Resultado Ipec com candidatos em busca de reeleição — Foto: g1/arte

João Azevedo (PSB), da Paraíba, e Fátima Bezerra (PT), do Rio Grande do Norte, oscilaram positivamente dentro da margem de erro, de três pontos percentuais.

Entre os que estão na dianteira, somente o governador de Santa Catarina, Moisés (Republicanos), não está isolado na frente da disputa. Ele empata na primeira colocação com o senador Jorginho Mello (PL).

Coordenador do Centro de Política e Economia do Setor Público (Cepesp), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), George Avelino afirma que é normal que o candidato que busca a reeleição tenha vantagem em relação aos demais — fenômeno conhecido como "vantagem do incumbente ".

Segundo Avelino, pesa neste caso o fato de que os governadores tenham uma grande exposição ao longo do mantado, ao contrário dos demais candidatos. Além disso, ele afirma que o governo tem um papel relevante na vida estadual brasileira e, por isso, mesmo gestões ruins costumam ter obras e políticas para mostrar ao eleitor — principalmente em período eleitoral, em que o governador tem maior oportunidade de dialogar com o eleitorado.

"É aquele negócio: você acha que o governo é ruim, mas aí o governo começa a mostrar um monte de coisa que fez, aí você pensa que ele pode não ser tão ruim", afirma.

O pesquisador explica que a vantagem do incumbente é um fenômeno mundial e que, no Brasil, é visto com maior facilidade entre os governadores, que têm altas taxas de reeleição, mas também pode ser notado entre os presidentes.

"Mesmo no caso da presidência, se o Bolsonaro perder, vai ser o primeiro", diz, citando os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff, que foram reeleitos.

Avelino diz que é difícil explicar o resultado de Bolsonaro, que além de não estar na frente nas pesquisas, também não registrou crescimento ao longo da campanha.

"A despeito dos grandes esforços que o governo fez: os gastos todos com o Auxílio Brasil, várias coisas que o governo fez, a movimentação do Dia da Independência... Foram mobilizações e gastos que o governo fez para tentar catapultar a sua popularidade, mas aparentemente não fez efeito nenhum: ele tá parado, não sobe nem desce", comenta.

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