Como identificar quem precisa mais da vacina contra a Covid-19?
Por meio de uma simples picada no dedo, novo teste sanguíneo determina imunidade e probabilidade de reinfecção pelo coronavírus
Um novo tipo de teste sanguíneo pode identificar pessoas com maior risco de serem reinfectadas pelo coronavírus com uma simples picada no dedo. Isso porque o exame mede a presença de células T, que reconhecem a Covid-19 e “montam” uma resposta imune, que pode ajudar não só a identificar quem está mais suscetível à doença, como a adaptar os programas de prevenção e reforçar as campanhas de vacinação para quem mais precisa.
Cientistas da Universidade de Cardiff, no País de Gales, e da empresa de biotecnologia ImmunoServ Ltd publicaram um ensaio com 300 voluntários, que mostrou que indivíduos com melhor resposta de células T eram menos propensos a contrair uma nova infecção nos três meses seguintes, independentemente de seus níveis de anticorpos.
Isso levou os pesquisadores a identificar quais participantes eram mais vulneráveis e que podem precisar de vacinas de reforço repetidas ou pular uma injeção. Os resultados do estudo foram publicados na revista Nature Communications.
Martin Scurr, principal autor, disse que o estudo destacou o potencial para uma avaliação mais precisa da imunidade de uma pessoa à doença. “Muitos indivíduos se preocupam com o risco de contrair a Covid-19, tenham sido previamente vacinados ou não. Nosso teste identificou que é o nível de resposta das células T, induzida por vacinação ou infecção anterior, que indica o risco desse indivíduo contrair Covid-19 nos meses seguintes ao exame de sangue”.
Células T
As células T são um tipo de glóbulo branco que guarda o histórico de infecções passadas e pode se multiplicar rapidamente na reexposição, fornecendo uma resposta rápida a um invasor. Elas também podem lutar contra variantes. Enquanto os anticorpos detectam apenas proteínas do lado de fora das células, como a proteína spike que o vírus usa para se prender às células humanas, as células T podem aprimorar as proteínas dentro das células infectadas.
Além disso, enquanto os anticorpos tendem a diminuir com o tempo, as respostas das células T são mais resistentes e podem oferecer imunidade mais ampla por um período mais longo. No entanto, até agora, tem sido um desafio testar as respostas das células T em larga escala.
Andrew Godkin, professor de medicina experimental e imunologia da Universidade de Cardiff e coautor sênior do trabalho, acrescentou: “A triagem de imunidade a longo prazo usando esse teste nos permitiria monitorar a longevidade das respostas que previnem a Covid-19 e identificar os membros mais vulneráveis de nossa sociedade, que podem precisar de vacinas de reforço mais cedo”.
Abaixo, os números da vacinação no Brasil: