Por Jornal Nacional


Totalização dos votos das eleições de domingo (2) será acompanhada em sala do TSE

Totalização dos votos das eleições de domingo (2) será acompanhada em sala do TSE

No próximo domingo (2), os observadores internacionais, representantes dos partidos, entidades fiscalizadoras e funcionários do Tribunal Superior Eleitoral vão acompanhar a totalização dos votos numa sala do TSE.

Voto a voto. A vontade do eleitor manifestada na urna eletrônica começa a ser enviada para os Tribunais Regionais Eleitorais assim que acaba a eleição, às 17h, horário de Brasília. Instantaneamente, os TREs rebatem as informações para o Tribunal Superior Eleitoral por meio de uma rede criptografada exclusiva da Justiça Eleitoral, ou seja, uma linha que não permite acesso externo.

De norte a sul, de leste a oeste, os dados recebidos pelos TREs viajam na velocidade da luz, via satélite ou por fibra óptica até o supercomputador do TSE em Brasília, por um caminho virtual, amplamente testado e garantido por técnicos de informática e especialistas de universidades e da Polícia Federal. Eles chegaram a simular ataques hackers nos meses que antecederam as eleições e nenhuma fragilidade que poderia comprometer a votação foi encontrada.

Em uma sala, tudo que chega no supercomputador é supervisionado por uma equipe de mais de 20 técnicos do TSE e pode ser acompanhado por representantes do Judiciário, do Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil, das Forças Armadas, da Polícia Federal, dos partidos políticos e até de organizações internacionais. Nada é escondido. Os fiscais têm amplo acesso à totalização feita pelo supercomputador, que junta os votos e divulga os resultados, sem qualquer interferência humana.

Na sala, ninguém conta votos. Os técnicos apenas acompanham a chegada dos boletins de urna e verificam se o sistema está funcionando plenamente. Na tela do computador, eles observam a emissão dos boletins parciais e o fluxo de chegada. Se a velocidade estiver lenta, podem trocar as linhas, por exemplo. Tudo para garantir uma totalização rápida e limpa.

“É importante que a gente esclareça que ninguém conta voto no dia da eleição aqui no TSE. Os sistemas que fazem a totalização das eleições já foram assinados e estão lacrados. Não tem ninguém contando voto aqui. O que essa equipe faz aqui durante o dia da eleição é acompanhar os equipamentos para saber se eles estão respondendo num tempo adequado, se a memória está adequada, se o repositório de dados tem espaço suficiente, mas não tem ninguém contando voto no dia da eleição no TSE”, diz o secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Júlio Valente.

Desde que assumiu o governo, o presidente Jair Bolsonaro vem levantando suspeitas infundadas sobre a segurança do sistema eleitoral, pondo em dúvida - sem provas - o trabalho realizado nesta sala com amplas vidraças, e que fica ao lado do espaço dedicado aos fiscais.

É uma sala de informática, que foi chamada de “secreta” em 2018, por uma assessora da então candidata a deputada federal Bia Kicis, do PL. Bia Kicis é aliada de Bolsonaro. Segundo o TSE, a assessora não se contentou em acompanhar através do vidro e tentou invadir a sala, questionando o que os técnicos faziam.

O TSE permite que grupos de até dez fiscais por vez entrem na sala, num esquema de revezamento, para conversar com os técnicos e ver tudo ainda mais de perto, mas, segundo o TSE, a assessora da deputada não esperou a vez dela.

O supercomputador onde ocorre a totalização dos votos fica no centro de processamento de dados. O sistema foi lacrado no dia 2 de setembro por autoridades que fiscalizam o processo eleitoral. É um sistema intocável, que recebe os milhões de votos contabilizados por boletins de urna, que são impressos e fixados em cada seção eleitoral.

Em 26 anos de urna eletrônica, jamais uma denúncia de fraude nas eleições foi comprovada. A segurança das urnas é certificada por todos os órgãos que participam da fiscalização. A urna eletrônica funciona offline – não está ligada à internet.

“Primeiro é importante que a gente saiba que as urnas eletrônicas usam sistemas que foram assinados digitalmente. Esses sistemas foram inspecionados e acompanhados pelas entidades fiscalizadoras durante todo um ano. Quando a urna eletrônica finaliza no dia da eleição, ela já imprime o resultado. Inclusive fica uma cópia do resultado fixada na porta daquela seção eleitoral. A partir daí, é transmissão e somatório dos resultados para os cargos majoritários, ou seja, é um processo plenamente repetível, é por isso que é seguro. É seguro porque toma por base sistemas que foram acompanhados e assinados digitalmente”, explica Júlio Valente.

Como sempre, desde que as urnas eletrônicas passaram a ser usadas no Brasil, o TSE espera totalizar os votos e divulgar os resultados ainda na noite de 2 de outubro, dia da eleição. Tudo com transparência e sob os holofotes da lei eleitoral. Secreto aqui só mesmo o voto.

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