O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou nessa segunda-feira (24) que a fase aguda da pandemia de covid-19 pode terminar ainda neste ano, desde que algumas metas cruciais sejam atingidas pelos países.
Embora tenha falado sobre um cenário otimista para o futuro, Tedros ressaltou que os países não podem agir como se a pandemia tivesse terminado e afirmou que as condições globais permanecem ideais para o surgimento de mais variantes do coronavírus, como a ômicron.
“Existem diferentes cenários de como a pandemia pode se desenrolar e como a fase aguda pode terminar. Mas é perigoso supor que a ômicron será a última variante ou que estamos no final dela”, disse Tedros, no início de uma reunião do conselho executivo da OMS. “Pelo contrário, as condições são ideais para o surgimento de mais variantes.”
Para o diretor da OMS, é possível que a covid-19 deixe de ser considerada uma “emergência global de saúde” — o nível mais alto de alerta da entidade — ainda neste ano. No entanto, será preciso atingir uma série de metas, como vacinar 70% da população global nos próximos meses.
Os países também precisarão focar nas pessoas de maior risco para a covid-19 e melhorar o acompanhamento da doença, com mais testes, rastreamento de contatos e monitoramento de variantes emergentes.
Tedros pede há meses que os líderes globais acelerem a distribuição de vacinas aos países mais pobres do mundo. Metade dos 194 países que integram a OMS não conseguiu cumprir a meta de vacinar 40% de sua população no ano passado.
O surgimento da ômicron disparou o número de casos em todo o mundo. Desde que a variante foi detectada em novembro, mais de 80 milhões de contágios foram detectados globalmente, de acordo com a OMS, número que supera todo o ano de 2020.
Na semana passada, uma pessoa morreu a cada 12 segundos no mundo devido à covid-19. Além disso, a cada três segundos 100 novos casos foram registrados pelos países, de acordo com Tedros.
“É verdade que viveremos com a covid-19, mas aprender a conviver com ela não deve significar que temos que deixar o caminho livre. Não deve significar que temos que aceitar que 50 mil pessoas morram toda semana por causa de uma doença que podemos prevenir e nos tratar”, afirmou o diretor da OMS.