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Ana Cristina conta com Justiça lenta para enterrar acusação de rachadinha

Além de se declarar inocente, ex-mulher de Bolsonaro alega que suposto crime de peculato prescreverá

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 jan 2022, 08h06 - Publicado em 22 jan 2022, 10h42

Ex-mulher do presidente e acusada pelo ex-assessor Waldir Ferraz de coordenar um esquema de rachadinhas nos gabinetes de Jair Bolsonaro quando ele era deputado federal, de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e de Carlos Bolsonaro na Câmara de Vereadores carioca, a advogada Ana Cristina Valle conta com a morosidade da justiça brasileira para se livrar das acusações de que participava do recolhimento ilegal e do desvio de salários de funcionários dos Bolsonaro. Pelos seus cálculos, o crime de peculato, caracterizado pela apropriação de dinheiro por um servidor público para proveito particular, como ocorre com a rachadinha, pode já estar prescrito e, por isso, o Estado brasileiro não teria mais o direito de punir os suspeitos.

Crimes cuja pena máxima não ultrapasse 12 anos, como o peculato, prescrevem em 16 anos. Este prazo passa a ser calculado desde que o suposto crime foi cometido. Se a denúncia for aceita pela Justiça antes do fim desses 16 anos, o prazo começa a ser recontado do zero. No caso de Ana Cristina, no entanto, não há denúncia sequer apresentada pelo Ministério Público, que ainda está na fase de apuração do caso. Ela é investigada pelo MP do Rio por suposta participação em rachadinhas no gabinete do vereador Carlos.

A advogada foi chefe de gabinete do Zero Dois por cerca de sete anos, até abril de 2008. Faltam, portanto, aproximadamente três meses para vencer a primeira regra para cálculo da prescrição, chamada da pena em abstrato, quando ainda não há denúncia recebida sobre o caso.

A VEJA Ana Cristina Valle declarou que jamais participou de esquema de rachadinha e falou sobre a prescrição. “Todas essas acusações são para atingir, destruir o presidente. Eu não sou nada. E vamos lembrar da prescrição, já são quase 15, 16 anos. Estou fora dos gabinetes há mais ou menos 15 anos. Depois fui embora para o exterior”, afirmou.

De acordo com ela, o Ministério Público do Rio fica “remoendo” a história da rachadinha, mas ainda não colheu seu depoimento como suspeita de integrar o esquema. “As pessoas falam isso (que existe rachadinha) porque não querem o presidente, querem destruir a reeleição dele, a carreira dos filhos. A Justiça abriu uma investigação. Vou responder a ela”.

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Em entrevista exclusiva publicada por VEJA na edição desta semana, Waldyr Ferraz, amigo de Jair Bolsonaro e ex-assessor tanto do presidente quanto de Carlos Bolsonaro, atribuiu a Ana Cristina Valle o papel de mentora da trama criminosa (LEIA A REPORTAGEM NA ÍNTEGRA). Ele afirmou que o recolhimento de parte dos salários ocorria em três gabinetes da família presidencial – de Jair quando ele era deputado federal, de Carlos, na Câmara municipal do Rio, e do hoje senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), quando ele cumpria mandato na Assembleia Legislativa fluminense – e garante que nenhum dos três tinha conhecimento das traficâncias de Ana Cristina.

 

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