Viver Bem

Por Caroline Melo, g1 Santos


Família tentou acionar o SAMU por quase uma hora, mas não conseguiram. — Foto: Arquivo Pessoal

A dona de casa Tatiane de Mascena Correa, de 50 anos, teve um princípio de infarto e precisou ser levada pelo marido de bicicleta até o hospital após tentar acionar por uma hora o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e não conseguir ser atendida. O caso ocorreu em Praia Grande, no litoral de São Paulo.

Tatiane estava em casa com o filho mais novo, o marido e a irmã quando começou a passar mal. A outra filha dela, Thamiris de Mascena, de 22 anos, conta que a mãe começou a sentir dores no peito, fraqueza e ficou com a visão turva. Por volta de 19h, Tatiane pediu para chamar uma ambulância porque precisava ser levada a um hospital.

“Eu conheço a minha mãe. Ela jamais pediria uma ambulância se estivesse bem”, diz a filha. Thamiris relata que a mãe é uma pessoa ativa. “Ela faz quase tudo em casa e, se tiver algo para fazer, não importa onde seja, ela pega a bicicleta e vai”.

De acordo com a filha, após a mãe se sentir mal, a família mobilizou amigos e parentes para tentar contato com o Samu e com duas unidades de saúde da cidade, mas nenhum deles atendeu. Thamiris conta que as tentativas se estenderam até às 20h, ou seja, eles tentaram contato com o socorro por cerca de uma hora.

Segundo a jovem, apenas um serviço de emergência teria atendido, porém, era o Samu da cidade de Cubatão. “Eles disseram que não poderiam nos buscar, então me passaram números de Praia Grande. Eu liguei para eles também e a ligação só chamava”, disse ela.

Após desistir de acionar o Samu, o marido resolveu levar a mulher de bicicleta para o Hospital Irmã Dulce. O marido foi pedalando e, ela foi levada na cadeira de trás. Do bairro Jardim Guaramar, onde a família mora, até a unidade de saúde, o percurso dura em média de 15 a 20 minutos de bicicleta. “O médico disse que se demorasse mais um pouco já era”, afirma a filha dela.

No momento do ocorrido, Thamiris não estava com a mãe. Ela está grávida e ficou cuidando de seus dois filhos pequenos em casa, em Santos. Mesmo assim, tentou acionar a emergência.

“Me senti péssima e destruída em saber que ela estava passando mal e não tinha uma ambulância para atender. Se ela continuasse esperando a ambulância, talvez nem estaria mais aqui comigo e com minha família”, relatou a jovem.

Ao chegarem no hospital, Tatiane e o marido conseguiram ser rapidamente atendidos. Ela passou pelo médico, que constatou o princípio de infarto. Após ser medicada e ter a pressão normalizada, a paciente foi liberada. Ela saiu do hospital com receitas para medicamentos e a orientação para fazer acompanhamento no posto de saúde.

“Não tenho nem palavras para descrever essa situação. Isso foi uma verdadeira ‘tiração’, porque se fosse com um familiar deles o socorro teria aparecido bem rápido”, afirma a filha.

Em nota, a Prefeitura de Praia Grande informa, por meio da Secretaria de Saúde (Sesap), que as bases do Samu estão distribuídas em diferentes pontos na cidade. A regulação do Samu ocorre de forma regional e fica lotada em Itanhaém. No município praia-grandense as equipes estão empenhadas em executar o pronto-atendimento. Quanto ao caso em questão, a Sesap já está apurando o que ocorreu.

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