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    70% das crianças hospitalizadas com Covid-19 eram saudáveis, alerta infectologista

    Segundo Marco Aurélio Sáfadi, os possíveis eventos adversos da vacina contra a Covid-19 em crianças são raros, leves e transitórios

    Produzido por Duda Cambraia*da CNN

    em São Paulo

    Com a chegada das primeiras doses infantis da Pfizer contra a Covid-19, alguns estados brasileiros já iniciam nesta semana a vacinação em crianças.

    Em entrevista à CNN, neste sábado (15), o presidente do Departamento Científico de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, Marco Aurélio Sáfadi, defendeu a vacinação em crianças e disse que a vacina apresentou efeitos adversos raros neste grupo etário.

    “A experiência que temos de estudos clínicos é de cerca de 10 milhões de crianças que utilizaram a vacina da Pfizer nos EUA. Entre 8 milhões, apenas 12 apresentaram algum tipo de efeito adverso, todos leves e transitórios”, disse.

    O infectologista também falou sobre um levantamento da Sociedade Brasileira de Pediatria, que aponta que 70% das crianças hospitalizadas por causa da Covid-19 eram saudáveis.

    “Nós levantamos esse dado, que até o momento no Brasil, das hospitalizações que ocorreram em crianças abaixo de 12 anos, 70% delas eram previamente saudáveis”.

    “Então, é claro que o risco maior é nas crianças com comorbidades, mas isso não quer dizer que os jovens saudáveis não corram o risco de terem desfechos mais graves”, afirmou.

    Sáfadi acredita que a vacina é um benefício que os pais devem levar em consideração, ao pensar nos riscos de hospitalização, sequelas, sintomas severos e até óbitos.

    Ele também afirmou que a variante Ômicron é menos letal e agressiva do que as outras em relação aos menores de idade, mas possui características de desencadear problemas respiratórios.

    “Não temos evidências que mostram que ela é mais agressiva do que variantes anteriores em relação às crianças. Dados preliminares mostram, inclusive, que talvez ela seja menos agressiva nesse grupo etário”, disse.

    “No entanto, tem uma característica da Ômicron de produzir sintomas importantes no trato respiratório superior. Muitos quadros de dor de garganta, amidalite etc. Nas crianças, esses sintomas formam quadros de laringite e bronquiolite”, explicou.

    Por fim, o infectologista afirmou que existe a perspectiva de contar nas próximas semanas com a possibilidade de usar a vacina Coronavac na população pediátrica.

    “Essa vacina tem apresentado um perfil adequado de segurança para as crianças e que, de fato, exerceu uma proteção efetiva, de acordo com estudos no Chile. Então, creio que em breve também poderemos utilizar ela em breve”, completou.

    *(sob supervisão de Elis Franco)