Por Jornal Nacional


Chega ao Brasil o primeiro lote de vacinas pediátricas contra o coronavírus

Chega ao Brasil o primeiro lote de vacinas pediátricas contra o coronavírus

As primeira doses da vacina infantil contra Covid chegaram ao Brasil na madrugada desta quinta-feira (13). Foram quatro semanas de espera desde que a Anvisa aprovou a imunização de crianças de 5 a 11 anos.

O voo chegou ao Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, interior de São Paulo. De lá, as vacinas foram levadas para o centro de distribuição do Ministério da Saúde em Guarulhos, já na Região Metropolitana.

Mais de 1,2 milhão de doses serão distribuídas de acordo com a população infantil de cada estado. A previsão do Ministério da Saúde é de que até o fim desta sexta-feira (14), todos os estados estejam com a vacina, para que as prefeituras organizem o calendário.

A vacina pediátrica da Pfizer é a única autorizada para uso em crianças no Brasil até agora, e é diferente da aplicada em adultos - até o frasco tem outra cor, é laranja.

O ministro Marcelo Queiroga disse que até o fim de março o Brasil vai receber 20 milhões de doses. Para imunizar todas as crianças de 5 a 11 anos do país é necessário mais que o dobro, 41 milhões e doses.

A autorização da Anvisa foi no dia 16 de dezembro, quase um mês atrás. Mas o Ministério da Saúde postergou a decisão. Entre outras medidas, decidiu fazer uma consulta e uma audiência públicas antes de incluir as crianças na campanha de vacinação contra a Covid.

Enquanto isso, nos laboratórios, os testes positivos do público infantil foram aumentando em uma velocidade que deixou os médicos em alerta. A infectologista de uma rede de laboratórios, que faz 20 mil testes por dia em todo o país, diz que ainda não tinha visto uma quantidade tão grande de crianças diagnosticadas com Covid.

Ontem, as crianças entre zero e 13 anos, o percentual de positivo foi de 41,7%. Muito semelhante ao percentual de adultos positivos. Então, o que a gente percebe é que - isso foi visto ao longo da evolução da vacinação do Brasil - a população que era vacinada, o percentual de testes positivos caía; e a população não vacinada, aumentava. É o que acontece com as crianças hoje”, afirma a infectologista Melissa Valetini.

Em São Paulo, um hospital público é referência no tratamento da Covid em crianças. Lá, em dezembro, havia apenas uma internação. Em janeiro de 2022, já foram 12 - duas em UTI. O superintendente do local reforça a importância da imunização das crianças para reduzir esses números.

“As experiências foram realizadas, os estudos foram feitos, e já não há mais dúvida em relação ao benefício que a vacinação pode trazer para essa faixa etária de 5 a 11 anos. Então, quando mais a gente massificar, quanto mais a gente disseminar a vacinação, uma proteção maior para toda a população”, explica o médico Antônio Carlos Madeira, superintende médico do Hospital Municipal do Menino Jesus de Azevedo.

Essa também é a opinião do médico Ricardo Fonseca, do Hospital Sírio-Libanês: “A vacina é segura e é efetiva. Existe a recomendação de todas as entidades de classe e a experiência internacional de vacinação nessas faixas etárias não demonstrou nenhum grave problema que possa trazer alguma insegurança para que os pais não vacinem seus filhos”.

O André, de 9 anos, e a mãe dele testaram positivo depois de passar alguns dias com os parentes na semana passada.

“Eu fiquei sem chão. Principalmente por ele, que não tem nenhuma dose. Eu agradeço muito que meu filho não tenha tido nenhuma complicação mais grave. Ele se queixa um pouco de falta de olfato, mas também dos males, o menor. E eu vou vaciná-lo sim, com certeza”, diz a fonoaudióloga Cintia Passos Bertolotti.

Enquanto os brasileiros esperavam pela decisão do governo sobre a vacinação infantil, o ministro Marcelo Queiroga chegou a dizer que a pressa é inimiga da perfeição, tentando justificar a demora. Mas, nesta quinta, o discurso era outro. O ministro defendeu a necessidade de vacinar todos os brasileiros.

"Daqueles que se internam nos hospitais e nas unidades de terapia intensiva, a grande maioria são de indivíduos não vacinados. Estamos aqui falando sobre vacinas infantis, mas é necessário reafirmar a orientação para que aqueles que não tomaram a segunda dose - que há muitos no Brasil; felizmente, muito menos aqui em outros países - e aqueles que não tomaram a dose de reforço, que procurem a sala de vacinação para completar o seu esquema vacinal", orientou.

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