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CCR Barcas alega prejuízo bilionário com atual contrato

Secretaria estadual de Transportes assegura que serviço não corre o risco de ser suspenso
As barcas são responsáveis pela travessia de milhares de passageiros Foto: Guilherme Pinto/4-12-19
As barcas são responsáveis pela travessia de milhares de passageiros Foto: Guilherme Pinto/4-12-19

NITERÓI — A concessionária CCR Barcas afirma que o desequilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão enfrentado pela empresa chega a R$ 1,2 bilhão. O grupo já anunciou diversas vezes que não vai participar do novo processo de licitação, marcado para fevereiro de 2023. E apresenta como argumento o estado “dramático e falimentar” enfrentado nos últimos anos. Para a administradora, o contrato atual não atende às necessidades da sociedade, nem da concessionária ou do estado do Rio.

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A empresa alega ainda que, mesmo com a retomada gradual da grade de horários pré-pandemia e o aumento tarifário autorizado pela Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp), as principais linhas operam com baixo número de passageiros.

A movimentação da recém-reaberta linha Charitas-Praça Quinze é 90% menor em relação a antes da pandemia. Atualmente, de acordo com a empresa, 700 passageiros usam o terminal diariamente. Esse número já foi de sete mil passageiros por dia. Na linha Araribóia, a queda é de 70%. Hoje são 20 mil passageiros, e antes eram 63 mil diariamente.

Secretaria de Estado de Transportes afirma que, apesar dos impasses, o serviço para os usuários não sofre qualquer risco de ser interrompido. E que já escolheu o consórcio que ficará responsável pela elaboração de estudos técnicos e de modelagem da nova concessão do sistema de transporte aquaviário de passageiros e cargas no Rio de Janeiro. O licitante agora tem o prazo de oito meses para apresentar o novo modelo.

O deputado estadual Flávio Serafini (PSOL-RJ), presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Transporte Aquaviário da Alerj, acompanha esse imbróglio com preocupação em relação aos prazos do cronograma de licitação.

— A licitação que foi realizada agora é para formular um modelo de nova concessão, que não foi divulgado ainda, pois acabou de ser contratada uma equipe de consultoria para elaborar o edital e formular a modelagem da concessão em si. Estamos acompanhando todo o processo — afirma.

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