BRASÍLIA — O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta segunda-feira que o Brasil deve receber mais 600 mil doses pediátricas da Pfizer em janeiro. Agora, a previsão para o mês é de 4,3 milhões de vacinas infantis . A antecipação foi anunciada em conversa com jornalistas na sede da pasta.
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Até o fim do primeiro trimestre, o montante deve totalizar 20 milhões de doses pediátricas . O quantitativo é suficiente para aplicar a primeira dose na público de 5 a 11 anos.
— Nós conseguimos antecipar com a Pfizer mais 600 mil doses da vacina pediátrica agora para o mês de janeiro. Então, serão 4,3 milhões de doses de vacinas — disse o ministro.
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Segundo a Pfizer, o primeiro avião — com 1,2 milhão de doses para crianças — vai desembarcar no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, na próxima quinta-feira, às 3h40.
"A Pfizer confirma que a estimativa de entrega para o mês de janeiro de doses pediátricas (5 a 11 anos) da ComiRNAty aumentou de 3,7 para 4,3 milhões. A expectativa é que as 600 mil doses adicionais ao plano inicial sejam entregues na última semana desse mês", divulgou o laboratório, em nota.
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Queiroga rebateu críticas sobre a demora no início da vacinação infantil . A projeção da pasta é que a campanha comece no dia 14 ou 15 de janeiro .
— Outro ponto que ainda insistem em dizer é que o Ministério da Saúde atrasou vacinas infantis. Vocês verifiquem o prazo que a agência regulatória levou para fazer a aprovação, verifiquem o prazo que o Ministério da Saúde levou para emitir uma nota técnica com uma decisão final sobre o tema, verifiquem o que aconteceu em outros países para tirar conclusão de que o que o Ministério da Saúde fez foi absolutamente dentro das melhores práticas de análises de incorporação de tecnologias. (...) Outro ponto: a indústria farmacêutica só pode deflagrar a produção de doses após o aval da agência regulatória — completou.
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O ministério liberou a vacinação de crianças de 5 a 11 anos na última quarta-feira após uma imbróglio que durou 20 dias. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) incluiu o público infantil da bula da vacina da Pfizer em 16 dezembro.
Logo após a autorização do ministério, o presidente Jair Bolsonaro voltou a dar declarações contrárias à imunização de crianças e afirmou, em live, que divulgaria o nome de membros da Anvisa que atuaram pela aprovação do imunizante para crianças. A medida foi vista como tentativa de intimidação aos técnicos.
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Diante da postura do presidente, a pasta protelou a inclusão de crianças no Plano Nacional de Operacionalização contra Covid-19 (PNO) e submeteu o tema a uma consulta pública — medida inédita e não adotada para outras faixas etárias. A pasta divulgou, em audiência pública na última terça, que a maior parte das pessoas se manifestou contra exigência de prescrição para vacinar crianças.
Ao todo, devem ser aplicadas duas doses, com intevalo de oito semanas . Como antecipou O GLOBO, o ministério desistiu de exigir receita médica para vacinar o grupo.