Por g1


Premiê britânico, Boris Johnson, em entrevista coletiva em 27 de novembro de 2021 — Foto: Reprodução/Reuters

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou neste sábado (27) que irá reforçar as medidas sanitárias após a confirmação de dois casos da variante ômicron do coronavírus no país.

"Precisamos ganhar tempo enquanto nossos cientistas pesquisam, enquanto vacinamos e damos reforço", disse Johnson em entrevista coletiva.

O premiê afirmou que viagens não serão canceladas, mas que qualquer pessoa que entrar no país deverá fazer um exame obrigatório do tipo PCR (o do cotonete) no segundo dia após a chegada.

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Além disso, todos os viajantes deverão se autoisolar até receberem o resultado do teste, podendo então sair contanto que o resultado seja negativo.

"Precisamos diminuir a dispersão dessa variante no Reino Unido", disse o premiê. "Ajudem a conter reforçando o uso de máscaras em ambientes fechados e no transporte público".

Pessoas sem máscaras de proteção contra a Covid-19 caminham pela Oxford Street, em Londres, em plena pandemia da Covid-19 no Reino Unido, em 20 de outubro de 2021 — Foto: Toby Melville/Reuters

Segundo o governo britânico, as medidas poderão ser revistas após dez dias. O premiê disse ainda que mais informações serão divulgadas durante a semana pelo Ministério da Saúde.

Johnson também afirmou que, ainda que não haja dados suficientes sobre a eficácia da vacinação contra esta variante específica, o reforço na imunização pode oferecer mais proteção contra o vírus.

"Vamos ampliar a campanha de reforço e reduzir o tempo entre a segunda dose e a dose de reforço", disse Johnson.

No entanto, ele reconheceu que ainda é cedo para tirar conclusões sobre o vírus e que os dados atuais mostram que a nova variante se espalha mais rapidamente e que também pode ser transmitida entre vacinados.

Nenhuma das atuais vacinas contra a Covid-19 evita 100% a infecção e transmissão. No entanto, as chances de o vacinado se infectar e transmitir são menores – e de desenvolver uma doença grave são menores ainda.

O médico-chefe da Inglaterra e conselheiro do governo, Chris Witty, reforçou o alerta de Johnson e disse que há uma "chance razoável" de que a variante ômicron "tenha algum grau de escape da vacina".

"Há uma chance razoável de que pelo menos haja algum grau de escape da vacina com esta variante", disse Whitty em entrevista coletiva.

Dois casos confirmados no país

O Reino Unido registrou dois casos da nova variante ômicron neste sábado, informou o ministro da Saúde do pais, Sajid Javid. Veja no VÍDEO abaixo.

Segundo ele, os dois casos foram identificados na Inglaterra em viajantes que passaram recentemente por países do sul do continente africano.

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"Esses indivíduos ficarão isolados com suas famílias enquanto mais testes e rastreamento de contato estão em andamento", disse Javid.

Na sexta, o Reino Unido anunciou restrições a vários países sul-africanos após a divulgação da nova variante do coronavírus encontrada pela primeira vez na África do Sul.

Suspeita na Alemanha e República Tcheca

Na Alemanha, um caso de Covid-19 tem "alta probabilidade" de ser da variante ômicron, segundo uma autoridade regional do país.

Um viajante, que retornava da África do Sul, testou positivo para a doença e análises preliminares apontaram mutações parecidas com a da nova variante na cepa do vírus.

"Há uma alta probabilidade de que a variante ômicron tenha chegado à Alemanha", disse Kai Klose, ministro para Assuntos Sociais na região de Hesse, em uma rede social.

Pessoas fazem fila em centro de testes de Covid-19 em Munique, na Alemanha, em 24 de novembro de 2021 — Foto: Peter Kneffel/dpa via AP

A República Tcheca também está examinando um caso suspeito de ômicron em uma pessoa que passou pela Namíbia.

A variante preocupa pois tem 50 mutações — algo nunca visto antes —, sendo mais de 30 na proteína S (spike) – a "chave" que o vírus usa para se acoplar às células, alvo da maioria das vacinas disponíveis.

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61 infectados na Holanda

As autoridades de saúde da Holanda disseram que 61 pessoas que chegaram ao país em dois voos vindos da África do Sul, na sexta-feira (26), testaram positivo para a Covid-19.

Não há, até a última atualização desta reportagem, informações sobre qual é a variante do coronavírus encontrada nestes infectados.

Passageiros esperam por seus resultados do teste de Covid-19 no Aeroporto Schiphol, em Amsterdã, Holanda, em foto do dia 26 de novembro de 2021 — Foto: Reuters

Todos os passageiros infectados estão isolados, e vão passar por testes neste sábado (27) para descobrir se a recém-descoberta variante do coronavírus, a ômicron, pode estar circulando entre eles.

Ainda na sexta-feira, viajantes enfrentaram longas horas de espera e testes por conta da nova mutação do vírus, classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como 'variante de preocupação'.

O ministro da Saúde, Hugo de Jonge, determinou que os passageiros que já estavam a caminho da Holanda fossem submetidos a testes e quarentena na chegada ao país.

1º caso na Bélgica, fechamento de fronteiras

Na sexta, a Bélgica detectou um caso de infecção por Covid-19 ligado à variante ômicron do coronavírus. Foi a primeira vez que a nova variante foi identificada na Europa.

Na quinta-feira (25), o Reino Unido restringiu viagens à África do Sul e mais cinco países do continente. Ea Comissão Europeia propôs a suspensão dos voos do sul da África para a União Europeia.

A Alemanha anunciou que não aceitará a entrada de viajantes procedentes da África do Sul e a Itália informou a proibição de entrada em seu território de qualquer pessoa que esteve em 7 nações do sul da África nos últimos 14 dias.

Passageiros que tentam retornar da África do Sul, após descoberta da variante ômicron do coronavírus, ficaram presos no aeroporto em meio a cancelamentos de voos e restrições. Veja no VÍDEO abaixo.

Passageiros ficam presos na África do Sul após descoberta da nova variante Ômicron

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Situação no Brasil

Não há, até a última atualização desta reportagem, casos da nova variante da Covid-19 registrados no Brasil.

O governo federal anunciou que, a partir de segunda-feira (29), vai restringir viajantes oriundos da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.

O anúncio acompanha uma recomendação feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Veja no VÍDEO abaixo.

Diretor-presidente da Anvisa fala sobre recomendação para restringir entrada de viajantes de 6 países africanos

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