Kemilly Kethelyn Lino da Silva, de 8 anos, foi esmagada por uma placa de concreto do metrô do Recife — Foto: Reprodução/WhatsApp
A menina Kemilly Kethelyn Lino da Silva, esmagada por uma placa de concreto do muro do metrô do Recife, teve alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e foi para a enfermaria pediátrica neste domingo (24). A informação foi repassada pela assessoria de imprensa do Hospital da Restauração, no Centro da capital pernambucana, onde a garota está internada.
O acidente aconteceu no dia 16 de outubro, durante uma festa promovida pela ONG Mão Amiga, para celebrar o Dia das Crianças, na comunidade do Papelão, no Coque, na área central do Recife, onde vive a família da garota de 8 anos.
A alta da UTI aconteceu por volta das 11h deste domingo (24) e o pai, Francisco Lino, foi para a unidade de saúde, enquanto a mãe organizava os outros dois filhos para poder ir ao hospital.
"Ela está bem melhor. Conversa tudo, fala tudo. Meu esposo foi ficar com ela [pela manhã] e fez uma chamada de vídeo. Estou muito feliz, mas vou ficar mais feliz ainda quando minha filha estiver em casa", disse a mãe da menina, a dona de casa Caroline Pereira da Silva.
Kemilly respira sem a ajuda de aparelhos desde a quinta-feira (21), quando foi feito o procedimento de extubação. Neste domingo (24), o HR informou que a menina está consciente e o estado de saúde considerado estável, sem previsão de alta hospitalar.
Criança é esmagada por placa de concreto de muro do metrô do Recife e está em estado grave
Ainda de acordo com a unidade, a garota passa por novas avalições nos próximos dias para saber como serão os próximos procedimentos.
Kemilly, segundo o HR, sofreu politraumatismo. De acordo com os parentes, a menina sofreu fraturas no crânio, na coluna, nos pés e na pelve, onde foi feita uma cirurgia.
O projeto do qual Kemilly participava no momento do acidente atende 120 famílias em situação de vulnerabilidade social. O Coque é o bairro do Recife com o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da cidade, com 57% dos moradores vivendo com renda mensal entre R$ 130 e R$ 260.
De acordo com os moradores da região, o muro estava bastante danificado e, em alguns trechos, já tinha desabado. A menina estava em pé, na calçada, quando a estrutura desabou (veja vídeo acima).
Parentes da menina atingida por um muro do Metrô participam de reunião, no Recife
A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) é a responsável pela estrutura que caiu em cima de Kemilly e afirmou, dias depois do acidente, que faz manutenção e vistoria constantes ao longo de toda a malha metroviária.
Na segunda (18), o governo de Pernambuco entrou com uma notícia-crime contra a CBTU e acionou o Ministério Público para que a promotoria acompanhe a apuração do caso. A Polícia Civil também está investigando o caso.
Os parentes de Kemilly pediram à companhia transporte para visitar a menina no hospital, apoio psicológico e uma cesta básica, já que o pai da menina, o gari Francisco Lino, precisou parar de ir ao trabalho por alguns dias devido ao acidente. Os pedidos não foram atendidos de imediato, mas, posteriormente, foram concedidos (veja vídeo acima).