Bolsonaro se gaba de leilões de Tarcísio, mas estrangeiros não vieram
Em discurso na ONU, presidente diz que ele recuperou a credibilidade externa, mas neste ano poucos estrangeiros levaram ativos
O presidente Jair Bolsonaro se gabou em seu discurso na abertura da reunião da ONU da quantidade de aeroportos, terminais portuários, ferrovias e empresas de saneamento entregues à iniciativa privada e disse: “meu governo recuperou a credibilidade externa e, hoje, se apresenta como um dos melhores destinos para investimentos.” Os dados mostram que os estrangeiros não se mostraram assim tão interessados em ativos de infraestrutura neste ano. Dos 33 ativos leiloados pelo Ministério da Infraestrutura, do ministro Tarcísio Gomes de Freitas, pouco mais de um quarto dos ativos foi arrematado por estrangeiros, em 2021. Mas se for feita uma análise por valores desembolsados, essa participação despenca. No total, o ministério arrecadou 3,9 bilhões de reais em outorgas. Menos de 10% foi de lances feitos por estrangeiros.
No caso dos aeroportos, por exemplo, o grupo francês Vinci Airports arrematou o menor lote do leilão. No caso de rodovias, uma das concessões foi arrematada por consórcio liderado pela EcoRodovias, que tem como principal acionista um grupo italiano, mas que já tem atuação no Brasil. Então, não é dinheiro novo de estrangeiros. O presidente citou ainda o leilão da Cedae, que foi feito pelo Ministério do Desenvolvimento Regional e também foi arrematado por brasileiros.