Política

Peritos da PF defendem urna eletrônica e afirmam que não há qualquer evidência de fraude em eleições

Para associação, impressão do voto seria uma ‘opção a mais de auditoria’, mas a urna é um ‘exitoso projeto de hardware e software’

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais divulgou uma nota nesta quinta-feira 5 em que afirma que não há “qualquer evidência de fraudes em eleições brasileiras” e “defende a urna eletrônica”, classificada como “um exitoso projeto de hardware e de software“.

Os peritos participam de testes públicos de segurança do sistema eleitoral promovidos pelo Tribunal Superior Eleitoral e abertos a qualquer cidadão. Segundo a APFC, “a identificação de falhas e vulnerabilidades não permite afirmar que houve, há ou haverá fraudes nas eleições”. Conforme o texto, os testes “têm o propósito de apontar ajustes e aperfeiçoamentos necessários para a continuidade do curso normal das eleições, além de tecer recomendações científicas para a evolução e aprimoramento do sistema eleitoral brasileiro”.

A nota foi emitida em meio à intensificação dos ataques e das ameaças promovidos pelo presidente Jair Bolsonaro às eleições de 2022 e às urnas eletrônicas. Na quarta-feira 4, em entrevista à Rádio Jovem Pan, ele divulgou um inquérito sigiloso da Polícia Federal que apura uma invasão hacker ao sistema eleitoral em 2018. No entanto, não apresentaram provas de fraude.

Em resposta, o TSE, em nota oficial, afirmou que “o acesso indevido, objeto de investigação, não representou qualquer risco à integridade das eleições de 2018. Isso porque o código-fonte dos programas utilizados passa por sucessivas verificações e testes, aptos a identificar qualquer alteração ou manipulação. Nada de anormal ocorreu”.

“O próprio TSE encaminhou à Polícia Federal as informações necessárias à apuração dos fatos e prestou as informações disponíveis. A investigação corre de forma sigilosa e nunca se comunicou ao TSE qualquer elemento indicativo de fraude”, acrescentou.

Segundo Bolsonaro, o inquérito afirma que uma das partes invadidas dá acesso ao código-fonte de diferentes urnas eletrônicas, a partir de um servidor que teria entrada em toda a rede. Além disso, o TSE teria apagado os arquivos acessados pelo hacker.

No entanto, o tribunal o desmente e declara que “o código-fonte é acessível, a todo o tempo, aos partidos políticos, à OAB, à Polícia Federal e a outras entidades que participam do processo. Uma vez assinado digitalmente e lacrado, não existe a possibilidade de adulteração. O programa simplesmente não roda se vier a ser modificado”.

Sobre a insistente defesa do voto impresso por Bolsonaro e seus apoiadores, a Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais destaca que a medida seria uma “opção a mais de auditoria e de aprimoramento do processo eleitoral”. Reforça, porém, que “o tema do registro impresso exige um debate longo, maduro e científico, sem descontextualizações que objetivem sustentar teorias não comprovadas”.

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