Política

Bolsonaro cita ‘último alerta’ e volta a ameaçar: ‘Sem eleição limpa, não haverá eleição’

Em vídeo, o ocupante do Palácio do Planalto disse que ele e seus seguidores não irão ‘esperar acontecer para tomar providências’

O presidente Jair Bolsonaro. Foto: Evaristo Sá/AFP
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O presidente Jair Bolsonaro voltou a fazer ameaças às eleições de 2022 neste domingo 1, dia em que militantes bolsonaristas promovem atos em defesa do que chamam de ‘voto impresso auditável’.

“Vocês estão aí, além de clamar pela garantia da nossa liberdade, buscando uma maneira para que tenhamos uma eleições limpas e democráticas no ano que vem. Sem eleições limpas e democráticas, não haverá eleição”, disse Bolsonaro, por vídeo, a manifestantes em Brasília.

“Nós mais que exigimos, podem ter certeza, juntos, porque vocês são de fato meu Exército — o nosso Exército —, que a vontade popular seja expressada na contagem pública dos votos”.

Bolsonaro ainda disse que “quem fala que a urna é auditada e segura é mentiroso, não tem amor à democracia e não respeita o seu povo”.

Em uma transmissão ao vivo na última quinta-feira 29, Bolsonaro exibiu o que chamou de “indícios” de que o sistema eleitoral seria fraudulento. O conteúdo apresentado, no entanto, foi rebatido simultaneamente pelo Tribunal Superior Eleitoral nas redes sociais.

Em outro trecho do vídeo deste domingo, o ocupante do Palácio do Planalto declarou que ele e seus seguidores não irão “esperar acontecer para tomar providências”.

“Se preciso for, para dar um último alerta àqueles que não têm respeito para conosco, eu convidarei o povo de São Paulo, a maior capital do Brasil, a comparecer à Paulista para que o som deles, a voz do povo, seja ouvido por aqueles que teimam em golpear a nossa democracia. Se o povo lá disser que voto tem que ser auditável, que a contagem tem que ser pública e que o voto tem que ser impresso, tem que ser desta maneira”, completou.

Apesar da pressão e das ameaças, a obsessão de Bolsonaro pelo voto impresso não tem caminho fácil para prosperar na Câmara dos Deputados. Na sexta-feira 30, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), afirmou em evento virtual organizado pelo site ConJur: “A questão do voto impresso está tramitando na Comissão Especial, o resultado da comissão impactará se esse assunto vem ao plenário ou não. Na minha visão, tudo indica que não”.

Na mesma live, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, declarou que o debate sobre o ‘voto impresso auditável’ é uma “conversa fiada”.

“Essa ideia de que, sem voto impresso, não podemos ter eleições ou não vamos ter eleições confiáveis, na verdade, esconde talvez algum tipo de intenção subjacente, de uma intenção que não é boa”, disse.

“Se de fato nós temos tanta certeza de que não há problemas no voto impresso, seria melhor voltar para o voto manual, com que nós tivemos inúmeros problemas, inclusive na contabilização e depois no fenômeno que nós conhecemos do mapismo. Portanto, vamos parar um pouco de conversa fiada. Claro que todos nós somos favoráveis à auditabilidade da urna, queremos que seja auditável, e ela é auditável”, completou Gilmar.

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