Justiça torna réus Witzel, sua mulher e mais dez por corrupção no Rio
Eles são acusados dos crimes de corrupção ativa e passiva, fraude a licitações e peculato durante as construções de hospitais de campanha no ano passado
A 7ª Vara Criminal da Justiça Federal do Rio de Janeiro aceitou a denúncia contra o ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), sua mulher, Helena Witzel, e outros membros do governo fluminense por organização criminosa com o intuito de praticar crimes de corrupção ativa e passiva, fraude a licitações e peculato durante as construções de hospitais de campanha para atender a população no começo da pandemia do coronavírus, no ano passado. Witzel foi afastado do cargo em agosto de 2020 e, posteriormente, sofreu impeachment.
Com a decisão da juíza Caroline Vieira Figueiredo, os 12 envolvidos no esquema de desvio de dinheiro se tornaram réus. Além de Witzel e Helena, tornaram-se réus o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico Lucas Tristão; o ex-secretário da Saúde Edmar José Alves dos Santos; o deputado estadual Gothardo Lopes; o pastor e ex-presidente do PSC Everaldo Dias Pereira; o empresário Edson da Silva Torres; o doleiro Victor Hugo Amaral; os empresários Nilo Francisco da Silva, Cláudio Marcelo Santos e José Carlos de Melo; e o operador financeiro Carlos Frederico Loretti.
Na denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal e acolhida pela Justiça, a procuradoria aponta que os réus “promoveram, constituíram, financiaram e integraram uma organização criminosa que tinha por finalidade a prática de crimes de corrupção ativa e passiva, fraudes às licitações e peculato em detrimento do Estado do Rio de Janeiro, bem como a lavagem dos recursos financeiros auferidos desses crimes, que foram parcialmente destinados ao exterior, especialmente Portugal e Uruguai”. A estimativa do MPF é que o grupo tenha arrecadado cerca de 50 milhões de reais com os desvios no governo do Rio.
As cifras, de acordo com a acusação, eram movimentadas por empresas ligadas ao ex-governador e aos demais réus, além de pagamentos de propinas por parte de organizações de saúde (OSs) para ganhar ou manter contratos com o governo do Estado. No caso da ex-primeira dama, o MPF diz que ela emitiu notas fiscais por meio do escritório de advocacia sobre serviços que, supostamente, não teriam sido prestados. Procuradas pela reportagem, as defesas dos réus não foram localizadas para comentar o recebimento da denúncia.
Veja, abaixo, a íntegra da decisão: