Por G1 ES


Novos registros são fruto do projeto 'Entomofauna do Espírito Santo', que é desenvolvido pelo Incaper — Foto: Divulgação/Incaper

Oito novas espécies de besouros foram descobertas no Espírito Santo.

Os novos registros são fruto do projeto “Entomofauna do Espírito Santo”, que é desenvolvido pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) com o objetivo de identificar a biodiversidade de insetos do estado.

De acordo com o Incaper, todas as espécies são da família Cerambycidae. Segundo o instituto, os cerambicídeos, como também são chamados, são comuns nos ecossistemas florestais, onde exercem papéis importantes na manutenção e evolução dos processos ecológicos por meio de mecanismos naturais.

As oito espécies de besouros foram nomeadas como Microibidion fiuzai, Iquiracetima venturai, Adesmus culiki, Xenofrea simplicioi, Xylergates quinquetuberculatus, Trichonius w-notatus, Pseudobeta casariae e Xenofrea mariae.

Segundo o Incaper, o estudo do projeto de pesquisa contempla a identificação de espécies de insetos Coleoptera, da família Cerambycidae, que foram coletados com diferentes métodos de captura em ambiente de Mata Atlântica, nos municípios de Aracruz, Linhares e Sooretama, no Norte do estado.

O engenheiro agrônomo David dos Santos Martins, doutor em entomologia, pesquisador voluntário do Incaper e coordenador do projeto, explicou que, embora o conhecimento sobre a biodiversidade de insetos no Espírito Santo seja relativamente pequeno, os poucos estudos realizados nessa área têm mostrado uma entomofauna rica, com espécies endêmicas e ameaçadas de extinção.

“A conservação da diversidade de insetos tem recebido enorme atenção nos últimos anos, com o reconhecimento do papel fundamental que exercem na manutenção dos processos ecológicos nos ecossistemas. Para compreendermos a totalidade dos benefícios dos insetos no equilíbrio ambiental, é necessário identificar as espécies existentes e organizá-las com informações a respeito de seus atributos”, afirmou o pesquisador.

Os besouros dessa família de insetos, também conhecidos como serra-paus, possuem antenas geralmente longas e se destacam por serem dos grupos de insetos que mais causam danos às espécies florestais. As suas larvas são em sua maioria brocas caulinares, perfuram e formam galerias na madeira ao se alimentarem, sendo capazes de causar sérios danos às árvores e também à madeira recém-cortada.

Segundo o pesquisador, a descoberta dessas novas espécies de besouros traz enormes benefícios relacionados à biodiversidade no estado.

“O primeiro passo deve ser dado no sentido de se conhecer a composição da entomofauna existente para se compreender a biologia e ecologia dessas novas espécies e, consequentemente, suas aplicabilidades à agricultura, ao meio ambiente e para a sociedade”, completou.

Os registros dos insetos foram revelados em dois artigos científicos publicados na revista “Papéis Avulsos de Zoologia”, do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. Os artigos, em inglês, também estão disponíveis no site da Biblioteca Rui Tendinha.

Oito novas espécies de besouros foram descobertas no ES

Oito novas espécies de besouros foram descobertas no ES

De acordo com o Incaper, das oito novas espécies descobertas de insetos cerambicídeos, duas receberam nomes de dois pesquisadores do órgão.

O pesquisador José Aires Ventura foi homenageado com a espécie Iquiracetima venturai, como forma de reconhecimento pela trajetória profissional dedicada à pesquisa na área de proteção de plantas no estado, e por ser um dos pesquisadores mais reconhecidos nacional e internacionalmente do Instituto, destacou o engenheiro agrônomo David Martins.

O pesquisador Mark Culik foi homenageado com a espécie Adesmus culiki, devido ao trabalho dedicado à pesquisa entomológica no Espírito Santo, de forma voluntária, e suas importantes e significativas contribuições para o conhecimento da biodiversidade de insetos do estado.

Martins destacou, ainda, a homenagem com a espécie Microibidion fiuzai, feita a Paulo Sérgio Fiuza Ferreira, professor titular aposentado da Universidade Federal de Viçosa (UFV) com uma vida profissional dedicada aos estudos dos insetos, sendo boa parte à entomofauna do Espírito Santo.

“Homenagear esses pesquisadores com o nome dessas espécies é uma forma de perpetuar os seus nomes na história zoológica pelo reconhecimento das suas grandes contribuições à ciência”, ressaltou.

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