Por Natan Lira, G1 Mogi das Cruzes e Suzano


Delegacia de Homicídios de Mogi das Cruzes trabalha na identificação de sete corpos

Delegacia de Homicídios de Mogi das Cruzes trabalha na identificação de sete corpos

Três dos sete corpos encontrados enterrados neste domingo (23) em uma área em que a polícia acredita ser um 'tribunal do crime', em Mogi das Cruzes, foram identificados nesta segunda-feira (23). No entanto, o Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), que investiga o caso, não divulgou a identidade das vítimas.

“Tribunal do crime” é o termo do linguajar policial usado para nomear julgamentos clandestinos realizados por membros de facções criminosas.

Os corpos estavam enterrados em uma área de mata no bairro do Botujuru. Eles foram encontrados pelos agentes da Guarda Civil Municipal que patrulhavam a região.

A polícia acredita que as vítimas foram mortas com golpe de enxada. No local havia ainda pá e foice, além de cordas e fios usados para amarrar as mãos das vítimas. De acordo com a polícia, são seis homens e uma mulher.

O legista e diretor do Instituto Médico Legal (IML) de Mogi das Cruzes, Zeno Morrone, explicou que a identificação dos três corpos foi realizada por meio das impressões digitais. Segundo ele, os familiares foram até o IML e informaram as características físicas de parentes desaparecidos. Em três casos, as informações coincidiram com as características. Os documentos apresentados pela família foram enviados junto às impressões digitais. O resultado foi positivo para os três casos.

Corpos foram retirados durante a tarde de domingo — Foto: Ralph Siqueira/ TV Diário

"Em outros dois corpos, devido ao avançado estágio de decomposição, enviamos para o IML na capital, porque precisam passar pelo setor de antropologia. Há ainda outros dois corpos que devem ficar aqui com a gente pode mais umas 48 horas, para ver se é possível identificar pelas digitais", detalhou o legista.

O delegado Rubens José Angelo, titular do Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) de Mogi, disse que o primeiro passo da investigação é a identificação dos mortos. A partir daí, a polícia busca quem foi o autor do crime. Os parentes das vítimas identificadas também começam a ser ouvidos, a fim de coletar provas.

Destaques do G1: Três dos sete corpos encontrados em Mogi são identificados

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Outros casos

Para o delegado Rubens José Angelo, o caso pode ter relação com três corpos encontrados enterrados em valas em duas ocasiões diferentes, porque o "modus operandi" é parecido.

Em um dos casos, em setembro de 2019, a vítima era o motoboy Bruno Nunes de Souza, de 30 anos, encontrado em uma vala em Jundiapeba. Um segundo motoboy, que também havia desaparecido na época, ainda não foi encontrado.

"O corpo de Bruno foi encontrado em uma cova em Jundiapeba, com o mesmo modus operandi: mataram a vítima com instrumento contundente, ela foi enterrada, depois foi encontrada. Esse caso a gente esclareceu, tem dois indivíduos presos. As investigações prosseguem no sentido de identificarmos outros autores".

Outros dois corpos foram encontrados em setembro de 2020 em uma vala também em Jundiapeba com as mesmas características de execução. As vítimas no caso eram Gabriel Silva da Conceição, de 23 anos, e a companheira dele, Juliana Cristina dos Santos, de 24 anos.

"Agora nós temos esse outro caso, também desse mesmo modus operandi, com essa mesma semelhança. Nós acreditamos que seja o mesmo grupo, a mesma célula. Eles têm conexão, ligações nesses casos", concluiu o delegado.

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