Por Vinícius Alves, G1 Ribeirão Preto e Franca


Regina adota cadela paralítica resgatada em rua de Jardinópolis (SP) — Foto: Chico Escolano/EPTV

A diarista Regina Maria da Silva, que adotou a cadela com paralisia Frida, encontrada abandonada em uma rua de Jardinópolis (SP), cuida de outros três cães com deficiência em Ribeirão Preto (SP) desde 2017.

Umai, Ohana e Kollin, assim como Frida, não têm raça definida e já fazem parte da família da protetora de animais, que também acolhe roedores, gatos e outros cachorros na casa dela, onde funciona um abrigo de bichos em um sobrado no bairro Monte Alegre.

O grupo de quatro cachorros com necessidades especiais passa por cuidados e atendimentos constantes com veterinários.

Diferentemente dos outros bichos que ela cuida, esses não estão disponíveis para adoção.

“É compaixão, é amor. Eles são puros, realmente puros, né. Eu acredito, acredito mesmo, que nenhum animal tem maldade. Nenhum animal age por interesse, sabe? É diferente do ser humano, né. Eu amo, amo de paixão”, diz.

Umay, Ohana, Kollin e Frida: cães paraplégicos adotados por diarista em Ribeirão Preto (SP) — Foto: EPTV e Arquivo Pessoal

Vida nova

O resgate dos cães paraplégicos começou em 2017, na Vila Carvalho, zona Norte de Ribeirão Preto. A primeira cadela a chegar à casa foi Ohana.

Após receber a ligação de uma pessoa que já conhecia o abrigo de Regina relatando a dificuldade da cadela, a diarista foi ao local onde o animal estava e viu que a cachorra tinha acabado de dar à luz aos filhotes, que estavam mortos.

“Eu fui lá e ela estava se arrastando. Tinha muita mosca varejeira em volta. Os bichos estavam dentro do útero dela, comendo. Eu corri, levei [no veterinário], ela fez cirurgia e venceu. Está aqui comigo”, conta.

Raio-x mostra coluna de Ohana, cadela resgatada por diarista em Ribeirão Preto — Foto: Arquivo Pessoal

Depois, em Cássia dos Coqueiros (SP), cidade a 80 quilômetros de Ribeirão Preto, Regina ficou sabendo da história de Umay por meio de uma amiga. A cadela passaria por uma eutanásia por não poder mais andar após um acidente.

O procedimento foi evitado pela diarista e, hoje, Umay, que só tem as patas da frente, usa um tênis como auxílio na locomoção. No piso liso, o sapato funciona como antiderrapante.

“Nossa, ela é muito feliz. Muito feliz”, diz Regina.

Umay precisa de tênis para se locomover. Cadela de Ribeirão Preto (SP) só tem as patas da frente. — Foto: Chico Escolano / EPTV

Kollin, o único macho do grupo, foi resgatado no início de outubro deste ano. Ele é de Ribeirão Preto e, no exame de radiografia dele, foi constatada uma fratura após um atropelamento.

"Ele vai precisar de uma cirurgia para estabilizar a coluna", explica a protetora.

Kollin foi resgatado por diarista de Ribeirão Preto (SP) após atropelamento — Foto: Arquivo Pessoal

Novata

A mais nova do grupo de Regina é Frida. Ela chegou à casa da diarista no último dia 21. A cadela foi abandonada no bairro São Marcos, em Jardinópolis, e foi pega por uma outra faxineira.

Ao tomar conhecimento do caso e se sensibilizar com a história, Regina, entrou em contato com a mulher e buscou a cachorra, que não consegue movimentar as patas traseiras.

Cadela resgata de rua sem movimentos nas pernas pode voltar a andar, diz veterinária de Ribeirão Preto (SP) — Foto: Chico Escolano/EPTV

A diarista afirma que veterinários que atenderam o animal disseram que Frida ainda responde a estímulos na região em que sofreu lesões, provocadas, provavelmente, por um atropelamento, e pode voltar a andar.

"A gente já passou ela por médicos, fizemos radiografia e na radiografia ela não tem fraturas", explica.

Cadela paralítica resgatada da rua passa por atendimento em Ribeirão Preto (SP) — Foto: Chico Escolano/EPTV

O tratamento e os cuidados com a cadela, como a compra de pacotes de fralda, têm sido pago com dinheiro de doações de outras pessoas que tiveram conhecimento da história de Frida e que também já ajudam o abrigo de Regina.

Em menos de uma semana, o grupo arrecadou R$ 470,00. Agora, a cadela precisa fazer uma tomografia para os veterinários darem andamento às investigações sobre o problema de saúde dela. O valor do exame foi estimado em R$ 1.300,00.

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