Estudantes vencem olimpíada após criarem aparelho que descontamina o ar, em Goiás
Com um dispositivo que descontamina o ar por meio de radiação ultravioleta, três estudantes universitários venceram o 1º Ideathon IPE Lab da Universidade Federal de Goiás (UFG), competição que avalia os melhores protótipos de soluções para problemas na área da saúde. O resultado foi decidido por uma banca virtual, que também escolheu aparelhos desenvolvidos por outras duas equipes para o segundo e terceiro lugar da competição.
O grupo vencedor é formado pelo estudante de engenharia da computação Eduardo Silvestre Gonçalves, de 21 anos, o aluno de engenharia de controle e automação Thiago Teixeira, de 23, e a estudante de enfermagem Nathália Witkowski, de 27. Juntos, eles montaram um aparelho que elimina vírus e bactérias que circulam no ar por meio da irradiação de luz ultravioleta.
De acordo com Eduardo, a ideia do protótipo levou em consideração a pandemia do coronavírus.
"Estamos vivendo uma época de pandemia e é muito difícil não olhar para a situação do coronavírus. Então, tentamos tornar mais seguros ambientes fechados que costumam ter muitas pessoas, como ônibus e elevadores”, comenta.
O protótipo foi desenvolvido pelos estudantes em menos de dois meses. Após mentorias realizadas durante a olimpíada e com parte da estrutura fornecida pela UFG, a equipe criou um dispositivo que contém um tubo por onde passa a luz ultravioleta. Por meio de um botão, o aparelho suga o ar, que é descontaminado dentro desse tubo.
Segundo Eduardo, o modelo já está pronto para ser utilizado. A intenção da equipe é regulamentar o uso do aparelho junto ao Inmetro e demais órgãos competentes para, em seguida, dar início a uma linha de produção. O produto final deve chegar ao mercado no valor de R$ 350.
“Nosso objetivo é disponibilizar para toda a população. Por isso, desenvolvemos com peças totalmente seguras. Assim, o aparelho pode ser manuseado por qualquer pessoa”, explica.
Para dar continuidade ao projeto, a equipe busca apoio de investidores e patrocinadores. O grupo recebeu R$ 5 mil como prêmio, mas o valor não é suficiente para dar total andamento à montagem em massa dos aparelhos.
Protótipo de descontaminador de ar desenvolvido por universitários, em Goiás — Foto: UFG/Divulgação
2º e 3º colocados
A equipe que conquistou o segundo lugar da olimpíada desenvolveu um aparelho que controla e evita aglomerações em portas de entrada e saída de ambientes comerciais. Dois engenheiros de controle e automação e um estudante da área idealizaram o protótipo com base em um problema real vivenciado por um deles – o impedimento de levar o avô ao INSS devido ao risco de contaminação em um local com aglomeração.
Assim, o universitário Caio Camilo de Sousa e Silva e os engenheiros Estevão Fonseca Veiga e Attyla Fellipe Sousa criaram um contador de pessoas utilizando inteligência artificial para identificar o momento que alguém entra ou sai de determinado ambiente. A equipe recebeu R$ 3 mil como prêmio.
O aparelho, segundo Caio, é de baixo custo e conta com uma câmera que apenas identifica a entrada e saída, sem reconhecer rostos, para garantir a privacidade dos indivíduos.
“Do lado de fora da porta estaria um totem informativo que diria quantas pessoas estão e, caso chegasse à lotação máxima, esse totem avisaria as pessoas antes de entrarem. O gestor teria um aplicativo que iria também informar a lotação de pessoas em tempo real, e as pessoas podem acompanhar. Então, antes de sair de casa, elas pessoas podem ver pelo site quais lugares estão cheios”, explica Caio Camilo.
Em 3º lugar, foi escolhida a equipe que desenvolveu um protótipo de um dispositivo que mapeia, pelo pulso, pessoas que estejam com a Covid-19. O grupo é formado pelo doutorando em farmácia da UFG Douglas Vieira Thomaz e os alunos de engenharia eletrônica Uriel Abe Contardi, Mateus Morikawa e Bruno Brunelli. Eles receberam um prêmio de R$ 2 mil.
Medidor de pulso que identifica se pessoa está com a Covid-19, em Goiás — Foto: UFG/Divulgação
Ideathon Ipe Lab UFG
O 1º Ideathon IPE Lab UFG é uma competição que avalia os melhores protótipos de soluções para problemas na área da saúde. O processo teve início com mais de 183 inscritos, que foram distribuídos em 55 equipes.
Após meses de preparação com mentorias e seminários online, cinco grupos foram classificados para a final. As equipes foram avaliadas por uma banca composta por especialistas das áreas da saúde, engenharias e física. Três delas foram classificadas como vencedoras.
Devido à pandemia de coronavírus, a apresentação das três equipes finalistas foi realizada por uma videochamada. Os protótipos foram avaliados pessoalmente pelos jurados no laboratório da UFG, uma semana antes da banca, composta pelos especialistas.
Segundo a organização do projeto, os critérios levados em consideração foram a originalidade, impacto nos cuidados da saúde, viabilidade técnica e financeira.
Montagem de protótipos no laboratório da UFG, em Goiás — Foto: UFG/Divulgação
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