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Por que o vídeo reforça a acusação de Moro contra Bolsonaro

Fica evidente na reunião que o presidente desejava atribuir à polícia outras funções que não as de Estado

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 Maio 2020, 21h02 - Publicado em 22 Maio 2020, 20h50

Jair Bolsonaro se revela um ser atormentado pela degradação do seu governo provocada pelo coronavírus. Vê no isolamento social e na implosão econômica provocada pela pandemia o cenário para a ruína do seu projeto de poder, que passa pela reeleição.

“Essa é a preocupação que temos que ter, porque a luta pelo poder continua. A todo vapor. E, sem neurose da minha parte, tá? O campo fértil para aparecer um porcaria aí, né? Levan-tando aquela bandeira do povo ao meu lado, não custa nada”, diz Bolsonaro.

Por “campo fértil”, o presidente explica: “O desemprego, caos, miséria, desordem social e outras coisas mais”. É missão do presidente estabelecer um projeto de país, uma frente de combate ao coronavírus, um plano para que os brasileiros não mergulhem no cenário catastrófico ilustrado pelo presidente. Mas ele escolhe os remédios errados para o problema.

Acredita que a salvação do seu governo “na luta pelo poder” se dará pela defesa dos ministros. “Tem que falar, não é ficar quieto… Acordem para a política e se exponham, afinal de contas, o governo é um só. E se eu cair, cai todo mundo”, diz.

Não está em questão o presidente “cair”, mas Bolsonaro vê inimigos em todos os lados e se julga vítima de uma conspirata para apeá-lo do poder. Nesse delírio, não governa para o que realmente interessa, que é liderar o país na crise. É nesse contexto, e aí entra Sergio Moro, que o presidente elege a Polícia Federal como o foco de suas insatisfações.

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É por considerar que a corporação não o defende no ambiente imaginário da “luta pelo poder”, que ele deseja interferir nos ministérios. E aí sua fala evolui para trocar a “segurança no Rio”, trocar “o chefe dele”, trocar “o ministro”. O presidente acha que perderá o poder por ver seu governo ruir ante a sua incapacidade de governar. Para evitar que isso ocorra, não resolve trabalhar, resolve apoiar-se na Polícia Federal.

É nessa constatação que reside a relevância do vídeo divulgado pelo STF. A PF era o remédio de Bolsonaro para sua falta de informação contra os inimigos. E quem são os inimigos? Os órgãos do sistema democrático que podem, em uma democracia, agir contra presidentes ineptos. A natureza da blindagem buscada por Bolsonaro e sua incompreensão sobre o papel da Polícia Federal e dos órgãos de inteligência é flagrante.

Os relatórios de inteligência não prestam, porque neles não há informações sobre o que o presidente adoraria ler. Algo sobre os inimigos imaginários que enxerga no STF e no Congresso, por exemplo. São relatórios de inteligência de Estado, sobre questões de Estado, não sobre problemas pessoais do mandatário e seus protegidos.

O abuso de poder demonstrado no aparelhamento da PF decorre dessa necessidade de montar uma blindagem pessoal, familiar e, claro, grande o suficiente para incluir amigos.

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