Por G1


O presidente dos EUA, Donald Trump, participa de entrevista coletiva sobre coronavírus na Casa Branca, na terça-feira (7) — Foto: Mandel Ngan/AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira (7) que vai suspender a contribuição de seu país à Organização Mundial da Saúde (OMS), acusando a instituição de mal desempenho na pandemia do novo coronavírus.

"Vamos suspender (o repasse) das quantias destinadas à OMS", disse Trump, sem dar mais detalhes, durante entrevista coletiva, após escrever no Twitter uma mensagem contra a agência.

"A OMS estava realmente errada", escreveu. "Por alguma razão, é amplamente financiada pelos Estados Unidos, mas muito focada na China. Vamos dar uma olhada mais de perto....Felizmente, rejeitei o conselho de manter nossas fronteiras abertas para a China desde o início. Por que nos deram uma recomendação tão errada?", acrescentou.

Na coletiva, ele voltou a acusar a OMS de ter errado na forma de lidar com a pandemia. Segundo Trump, eles "perderam a oportunidade. Eles poderiam ter alertado meses antes".

Logo após a entrevista, porém, o presidente baixou o tom, e negou que tivesse dito que vai retirar a ajuda financeira - apesar de ter feito a declaração na presença de jornalistas minutos antes. "Eu disse que vou dar uma olhada nisso", desconversou.

Quando questionado, no entanto, sobre memorandos enviados por seu conselheiro comercial Peter Navarro em janeiro - nos quais este mencionava que o coronavírus poderia se tornar uma pandemia de grandes proporções e colocar em risco trilhões de dólares na economia e a saúde de milhões de pessoas - Trump disse que "não viu" os documentos até um ou dois dias atrás.

"Não os vi. Não procurei por eles também", afirmou.

Respiradores

Ainda durante a coletiva desta terça, Trump disse que os Estados Unidos podem estar chegando ao topo da curva de contaminações, o que significaria que o número de casos começaria a diminuir em breve.

Ele disse que espera poder reabrir o país logo, concedendo autorizações para que estabelecimentos possam voltar a funcionar, mas ressaltou a importância da quarentena. Questionado sobre o que aprendeu com a experiência - já que no início parecia subestimar a seriedade da pandemia - Trump respondeu que "quase todos os países estão fechados, como nós" e que "se não fizessemos isso, teríamos perdido centenas de milhares de pessoas".

Atualmente, os EUA são o país com mais casos no mundo - 386.800, segundo a universidade Johns Hopkins - muito à frente do segundo, a Espanha, que tem 140.511. Em número de mortes, porém, o país ocupa o terceiro lugar na lista (atrás de Itália e Espanha), com 12.291.

O presidente norte-americano disse ainda que o governo federal tem 8.675 respiradores artificiais em estoque para distribuir a estados que precisem, e que outros 110 mil serão entregues por fabricantes nas próximas semanas.

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