Política

Manifesto pede renúncia de Bolsonaro e tem adesão de 60 parlamentares

Fernando Haddad, Ciro Gomes, Guilherme Boulos e Manuela D’Ávila aderem a texto que pede seriedade no combate ao coronavírus

O presidente Jair Bolsonaro é acusado de irresponsabilidade por manifesto que pede medidas de combate ao coronavírus. Foto: Alan Santos/PR
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Um manifesto que pede a renúncia do presidente Jair Bolsonaro foi assinado por diferentes lideranças políticas de esquerda e já tem a adesão de mais de 60 parlamentares. O texto também acaba de ganhar uma plataforma para que qualquer um possa registrar seu apoio, no endereço www.acaboubolsonaro.com.br.

Intitulado de “Manifesto de Unidade da Esquerda”, o texto afirma que a conduta do presidente Jair Bolsonaro é “irresponsável” frente à pandemia do novo coronavírus e pede medidas para a redução da proliferação da doença, para a garantia de renda às famílias e para a preservação do emprego e das empresas.

Entre os nomes que assinam o texto, estão os ex-candidatos à presidência da República, Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT), Guilherme Boulos (PSOL) e Manuela D’Ávila (PCdoB), além de membros do PCB, PSB, PV e Rede Sustentabilidade. Dos parlamentares, estão a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), o deputado Túlio Gadêlha (PDT-PE), a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), o deputado José Luiz Penna (PV-SP), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e o senador Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB).

O manifesto pede a manutenção e a qualificação das medidas de diminuição do contato social, de acordo com critérios específicos. É um dos temas mais caros para Bolsonaro, que tem feito consecutivas aparições públicas para defender o fim das quarentenas e a volta à normalidade para trabalhadores que não pertencem ao grupo de risco.

Outros pontos polêmicos exigidos pelas lideranças são a regulamentação imediata de impostos sobre grandes fortunas, lucros e dividendos e a proibição de demissões pelas empresas, acompanhada de auxílio aos médios, pequenos e microempresários.

Eles pedem ainda a suspensão da cobrança de tarifas de serviços mais pobres durante a crise, a criação de leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), a importação massiva de testes e de equipamentos de proteção hospitalares, e a implementação urgente da renda básica permanente para desempregados e trabalhadores informais.

O texto vem repleto de críticas a Bolsonaro e pede que ele saia do comando do Palácio do Planalto. As lideranças escrevem que ele não tem condições de seguir governando o Brasil e de enfrentar essa crise, porque “comete crimes, frauda informações, mente e incentiva o caos”.

“Basta! Bolsonaro é mais que um problema político, tornou-se um problema de saúde pública. Falta a Bolsonaro grandeza. Deveria renunciar, que seria o gesto menos custoso para permitir uma saída democrática ao país. Ele precisa ser urgentemente contido e responder pelos crimes que está cometendo contra nosso povo”, diz o manifesto.

Bolsonaro tem sido deixado de lado pelos próprios membros do seu governo, por suas bandeiras em relação ao combate contra o coronavírus. Nem mesmo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, abraça o discurso do presidente que contraria as recomendações oficiais da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os ministros da Justiça, Sergio Moro, e da Economia, Paulo Guedes, também evitam fazer coro às estratégias defendidas pelo chefe do Executivo.

Autoridades públicas também se somam às sustentações de Bolsonaro, como o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, e os presidentes do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e Rodrigo Maia (DEM-RJ). O presidente também trava uma queda de braço com governadores, como João Doria (PSDB) e Wilson Witzel (PSC), para acabar com os decretos de isolamento social.

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