Crivella pede recursos da União para encarar pandemia no Rio
No mesmo dia em que oficializou o fechamento de escolas municipais do Rio até o dia 12 de abril, o prefeito Marcelo Crivella disse ter "esperança" da volta às aulas até o medos do mês que vem.
A interdição foi publicada em edição extraordinária do Diário Oficial. Já a fala sobre a reabertura das escolas foi feito à tarde, em agenda pública, e dependeria do aval da comunidade médica.
O prefeito estimou, inicialmente, o retorno de 17 mil alunos com deficiência às escolas. Depois, retornariam os demais alunos que não convivem com idosos em casa, entre os dias 15 e 20.
"Tenho toda a esperança, fé em Deus, que a gente posa trazê-las de volta no mês de abril".
Especialistas ouvidos pelo RJ2 se disseram preocupados. Tânia Vergara, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, é contra o relaxamento das medidas restritivas no curto prazo.
"Nós poderíamos ter uma explosão do número de casos, à semelhança do que aconteceu em países como a Itália e como está acontecendo agora em Nova York (EUA). Acho que a gente precisa ter esse dado antes de liberar esse isolamento", diz ela.
Atualmente, os EUA são o país com mais casos de coronavírus. A Itália, também citada pela especialista, é o local com maior número de mortes.
O infectologista Roberto Medronho afirmou que seria uma "irresponsabilidade" a suspensão das medidas restritivas.
"Nós estamos há duas semanas da instalação dessas medidas e elas ainda não fizeram o efeito esperado na redução da curva. Reconhecemos o impacto econômico que isso traz, mas agora precisamos salvar vidas. Precisamos que os governantes, em especial o governo federal, junto com os governantes estaduais, invistam em políticas econômicas para mitigar o efeito econômico especialmente nas classes menos favorecidas. Mas suspender as medidas restritivas agora será pior, porque teremos mais à frente uma epidemia com varias mortes e também a crise econômica".