Política

Deputado pede que Bolsonaro envie exames de coronavírus à Câmara

Rogério Correia (PT-MG) moveu requerimento em que questiona presidente por não ter divulgado documentos na íntegra

O presidente da República, Jair Bolsonaro. Foto: Isac Nóbrega/PR
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O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) anunciou, nesta terça-feira 24, ter protocolado um requerimento na Controladoria-Geral da União (CGU) em que solicita o envio, à Câmara dos Deputados, do resultado dos exames de coronavírus aos quais o presidente Jair Bolsonaro foi submetido.

No documento, o parlamentar faz o pedido ao ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Jorge Antonio de Oliveira Francisco, e ao ministro da CGU, Wagner de Campos Rosário.

No 1º teste, com resultado negativo divulgado em 13 de março, Bolsonaro chegou a publicar uma foto em que faz um sinal de “banana” com os braços à imprensa. A conclusão do 2º teste foi noticiada também por ele, em sua rede social, em 17 de março.

Rogério Correia argumenta, no requerimento, que a informação deve ser de domínio público por se tratar do “mandatário maior da República”. O petista também lembra que estão infectadas 23 pessoas da comitiva que acompanhou Bolsonaro em viagem aos Estados Unidos.

“Neste período de calamidade pública decretado pelo Congresso Nacional, onde os brasileiros enfrentam uma quarentena e muitos serviços e atividades econômicas estão paralisados por conta da ameaça da pandemia do coronavírus, e que 23 pessoas da comitiva que estiveram acompanhando o presidente em viagem aos EUA testaram positivo para o vírus, o Brasil precisa da verdade. O presidente foi infectado?”, indaga o requerimento.

Em sua conta no Twitter, Correia afirmou que Bolsonaro deveria seguir o exemplo de líderes políticos no exterior que tornaram público o resultado dos exames.

“O maior interessado em desfazer a boataria se tem ou não coronavírus deveria ser o próprio Bolsonaro. Bastava divulgar o resultado do teste, como fizeram várias autoridades mundo afora. Se ele tem a doença, queremos saber quantas pessoas infectou. Gente que precisa ser tratada”, postou o parlamentar.

Procuradas por CartaCapital, a Secretaria-Geral da Presidência da República e a Controladoria-Geral da União ainda não manifestaram posicionamento.

Em 20 de março, quando chamou o coronavírus de “gripezinha”, Bolsonaro negou que divulgaria o comprovante do resultado dos testes. Na ocasião, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, defendeu o direito do presidente à confidencialidade do documento.

“Os exames do paciente são do paciente. São da sua intimidade. A gente não faz divulgação nem do seu, nem do meu, nem do de ninguém”, disse Mandetta.

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