Terra da Gente

Por Gabriela Brumatti, Terra da Gente


Você consegue identificar o que é essa imagem? Uma mandíbula de formiga saúva! — Foto: Jefferson Allan/Acervo Pessoal

“Comecei fotografando aves e paisagens e aí eu descobri que na minha chácara existia um micro-mundo que se tornaria gigante pelas minhas lentes”, assim descreve Jefferson Allan, 47, o início de seu trabalho como fotógrafo especializado em macro e micro fotografia (fotografias microscópicas).

Vivendo em Campinas (SP), a vida urbana não o impediu de estar bem perto de animais muito curiosos. O que começou com a curiosidade, há cerca de oito anos, migrou do registro de marimbondos, aranhas e besouros e ganhou novas proporções com o aprimoramento do passar dos anos.

Na montagem feita pelo fotógrafo é possível identificar o detalhe flagrado na abelha das orquídeas — Foto: Jefferson Allan/Acervo Pessoal

Mandíbulas de formigas, escamas de borboletas, olhos de moscas, sensores de abelhas... Detalhes cada vez mais minuciosos e precisos ganharam espaço no acervo do fotógrafo. “Faço trabalhos para universidades museus, zoológicos e para pesquisadores. E meu principal objetivo, além do trabalho, é pensar no futuro das crianças, porque isso vai servir de aprendizado e material didático para o futuro”.

Muitas pessoas perguntam e é importante afirmar: eu não mato nenhum animal para fotografar. Muitas espécies são enviadas como amostras para pesquisas
— Jefferson Allan (fotógrafo de macro e micro fotografia)

Mais do que fotos para estudos, os registros também são artísticos e demandam muitos esforços. O profissional conta que desde a escolha da luz e definição da quantidade de disparos da câmera ao processo de empilhamento das imagens (que pode fazer a junção de 200 a 700 registros em uma única foto) e tratamento para edição final, há uma média de oito a nove horas.

Para captação das escamas das asas de borboletas a foto foi ampliada em mais de cem vezes — Foto: Jefferson Allan/Acervo Pessoal

“O processo em si é bastante demorado e complexo, eu considero um dos segmentos da fotografia mais difíceis. Para mim quanto menor o assunto fotografado, mais desafiador e gratificante. Chego até a comemorar quando finalizo um processo desse”, afirma o fotógrafo que conta também que a magnificação ou ampliação da imagem pode ser de até 150 vezes.

Novas plataformas já ajudam admiradores a se aproximar de registros como esse. Jefferson disponibiliza fotos digitais com milhares de pixels que, com o zoom, podem ser vistas bem de perto. Os detalhes da abelha das orquídeas ou mesmo a “estampa” do percevejo rendado são exemplos de flagrantes sob o efeito do chamado “giga macro”.

Detalhes do corpo reticulado, que se assemelha a uma renda, pode ser ampliada com a técnica fotográfica — Foto: Jefferson Allan/Acervo Pessoal

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Imagens ampliadas de insetos ajudam a ciência a compreender a biologia das espécies — Foto: Jefferson Allan/Acervo Pessoal

A comparação do detalhe da espécie na macrofotografia e de seu tamanho real impressiona — Foto: Jefferson Allan/Acervo Pessoal

Escamas das asas das borboletas mostram variação de cores e textura em uma pequena amostra — Foto: Jefferson Allan/Acervo Pessoal

Com pouco mais de 1 mm o registro da cabeça de uma formiga foi o resultado do compilado de mais de 200 fotos — Foto: Jefferson Allan/Acervo Pessoal

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